O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou duramente os defensores da privatização da Petrobras durante a inauguração de um complexo de energia para gás natural no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (13). Em discurso inflamado, Lula questionou as tentativas anteriores de vender a estatal e rebateu argumentos favoráveis à privatização.
“Quantas vezes já tentaram privatizar a Petrobras? Quantas vezes tentaram mudar de nome a Petrobras? Quantas vezes disseram: ‘temos que vender a Petrobras porque o petróleo vai acabar e vamos ficar com uma empresa que não presta pra nada’? Isso é um bando de imbecil, quem fala isso é um bando de imbecil”, declarou o presidente.
Lula defendeu que a Petrobras é mais do que uma empresa de petróleo, destacando seu potencial para produção de biocombustíveis, etanol e hidrogênio verde no futuro. O petista também criticou a privatização da BR Distribuidora, afirmando que a venda não trouxe benefícios aos consumidores.
O evento marcou a inauguração do Complexo de Energias Boaventura, em Itaboraí (RJ). O projeto, inicialmente chamado de Comperj, foi concebido em 2006 durante o primeiro mandato de Lula e foi alvo de investigações da Operação Lava Jato por supostos desvios de quase R$ 2 bilhões.
O presidente aproveitou a ocasião para fazer críticas à Lava Jato, afirmando que o objetivo da operação era desmoralizar a Petrobras para facilitar sua privatização. Lula atribuiu os desvios comprovados a “um corrupto” e não à empresa como um todo.
Em um momento controverso, o presidente fez uma declaração que gerou desconforto entre os presentes. Ao tentar elogiar seus eleitores, Lula afirmou que jamais passaria em um concurso da Petrobras devido à sua formação, mas que o povo o elegeu por ser “mais inteligente do que quem faz concurso”.
A fala do presidente reforça sua posição contrária à privatização da Petrobras, tema que tem sido recorrente em seus discursos desde que assumiu o terceiro mandato. Lula tem feito um esforço para reabilitar a imagem da empresa após os escândalos de corrupção revelados pela Lava Jato e as tentativas de privatização do governo anterior.