O Brasil registrou um aumento alarmante de 88% nas queimadas em setembro em comparação com agosto, atingindo uma área de 106 mil km². Dados do Monitor do Fogo, da plataforma MapBiomas, revelam que o país enfrentou o maior pico de incêndios do ano no mês passado, com um acumulado de 223 mil km² queimados desde janeiro – uma extensão comparável ao estado de Roraima.
O cenário é preocupante, especialmente na Amazônia, onde mais da metade da área afetada se concentra. Ane Alencar, diretora de ciências do Instituto de Pesquisa da Amazônia, destaca que a seca severa na região entre junho e outubro agravou a crise dos incêndios. Os estados mais atingidos foram Mato Grosso, Pará e Tocantins, representando 56% do total de áreas queimadas no país.
O aumento das queimadas desde o início de 2024 chama atenção, com um crescimento de 150% em relação ao mesmo período do ano anterior. Do total afetado, 70% corresponde a vegetação nativa, principalmente áreas florestais. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) corrobora esses dados, registrando mais de 83 mil focos de incêndio em setembro, o maior índice desde 2010.
Especialistas apontam que a combinação de fatores climáticos, como a seca intensa, e possíveis falhas nas políticas de prevenção e combate aos incêndios contribuíram para esse cenário crítico. A situação demanda ações urgentes do governo e da sociedade para conter o avanço das queimadas e proteger os biomas brasileiros, especialmente a Amazônia.
O impacto ambiental dessas queimadas é significativo, afetando a biodiversidade, o equilíbrio climático e as comunidades locais. Além disso, as emissões de gases de efeito estufa provenientes desses incêndios agravam as mudanças climáticas, criando um ciclo vicioso de degradação ambiental.
Diante desse quadro, autoridades e organizações ambientais reforçam a necessidade de intensificar as medidas de prevenção, fiscalização e combate às queimadas ilegais. A recuperação das áreas afetadas e o fortalecimento das políticas de conservação também são apontados como fundamentais para reverter essa tendência de aumento nos incêndios florestais.
A situação atual das queimadas no Brasil representa um desafio complexo que exige uma resposta coordenada e eficaz. O monitoramento contínuo, a educação ambiental e o investimento em tecnologias de prevenção e combate ao fogo são algumas das estratégias essenciais para enfrentar esse problema crescente e proteger o patrimônio natural do país.