Fontes oficiais informaram nesta terça-feira (27) que o governo da Argentina proibirá a chamada linguagem neutra na administração pública nacional. A medida já havia sido tomada recentemente pelo Ministério da Defesa no âmbito militar, devido ao seu uso como “negócio político”.
“Vão ser iniciadas as ações para proibir a linguagem inclusiva e tudo relacionado à perspectiva de gênero em toda a administração pública nacional, que tem sido usada como um negócio político”, declarou o porta-voz da Presidência, Manuel Adorni, em sua habitual entrevista coletiva diária.
Uma vez oficializada, nenhum documento da administração pública poderá conter o uso da vogal “e” ou dos símbolos “x” e “@” para expressar a indeterminação de gênero, bem como a “inclusão desnecessária do feminino” nos sujeitos plurais.
“O idioma que contempla todos os setores é o espanhol e é um debate do qual nós [o governo] não vamos participar, porque consideramos que as perspectivas de gênero têm sido usadas como um negócio de política. Essa decisão já havia sido tomada pelo Ministério da Defesa e é simplesmente uma questão de estendê-la ao restante dos departamentos”, acrescentou Adorni.
De acordo com a Resolução 160/2024, o Ministério da Defesa, chefiado por Luis Petri – ex-candidato à vice-presidência pela coalizão Juntos pela Mudança na chapa de Patricia Bullrich – tornou obrigatório o uso do idioma espanhol, de acordo com as regras da Real Academia Espanhola (RAE) e os regulamentos e manuais em vigor nas Forças Armadas.
– O objetivo é eliminar formas incorretas de linguagem que podem gerar uma interpretação errônea do que é desejado, afetando a execução de ordens e o desenvolvimento de operações militares – destacou o Ministério em comunicado publicado nesta segunda (26).