O Exército de Israel realizou um ataque aéreo em Beirute nesta sexta-feira (20), resultando na morte de nove pessoas e ferindo outras 59, de acordo com o Ministério da Saúde do Líbano. O bombardeio, considerado o maior desde o início da guerra em Gaza, teve como alvo principal Ibrahim Aqil, um dos comandantes de operações militares do Hezbollah.
O porta-voz do Exército israelense afirmou que cerca de dez comandantes do braço de operações militares do Hezbollah foram mortos no ataque. Entre eles, Aqil, que também era procurado pelo governo dos Estados Unidos por suspeita de envolvimento em um atentado à Embaixada americana em Beirute em 1983.
Contudo, a imprensa local relatou que há crianças entre as vítimas e que prédios residenciais e veículos foram danificados durante o ataque. O primeiro-ministro libanês condenou veementemente a ação, declarando que Israel “não se importa com nenhuma questão humanitária, moral ou legal”.
Em resposta ao bombardeio, o Hezbollah lançou 150 foguetes contra o norte de Israel em sete ataques separados. O grupo extremista afirmou ter utilizado foguetes do tipo Katyusha, desenvolvidos na antiga União Soviética e capazes de driblar os sistemas de defesa israelenses. Segundo o Hezbollah, um dos foguetes atingiu o centro de inteligência de Israel no norte do país.
O ataque a Beirute ocorre após uma série de explosões de dispositivos de comunicação do Hezbollah entre terça e quarta-feira, que resultaram em 37 mortes e mais de três mil feridos no Líbano. O grupo extremista atribui essas explosões a Israel, que não se pronunciou sobre o assunto.
A escalada do conflito levou os Estados Unidos a pedirem que seus cidadãos deixem o Líbano. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, decidiu adiar uma viagem programada aos Estados Unidos devido ao aumento das tensões com o Hezbollah.
Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas em Gaza, em outubro do ano passado, o Exército israelense e o Hezbollah têm trocado ataques quase diários na fronteira entre Israel e Líbano. O Hezbollah, assim como o Hamas, recebe apoio financeiro do Irã.
A situação na região permanece tensa, com ambos os lados intensificando suas ações militares. O ataque a Beirute marca uma significativa escalada no conflito, levantando preocupações sobre uma possível expansão da guerra para além das fronteiras de Gaza.
Enquanto Israel afirma que suas ações visam proteger seus cidadãos, o Líbano condena os ataques em seu território. A comunidade internacional observa com apreensão o desenrolar dos eventos, temendo um agravamento da crise que poderia desestabilizar ainda mais o Oriente Médio.