O alto comissário de Direitos Humanos da ONU, Volker Türk, denunciou um alto número de detenções arbitrárias na Venezuela após as eleições presidenciais de julho. Türk apelou por apoio internacional para garantir julgamentos justos e a libertação dos detidos. A ONG venezuelana Foro Penal relatou 1,3 mil prisões em protestos pós-eleitorais, enquanto o governo afirma que prisões foram justificadas para conter grupos criminosos.
A ONU destacou que muitos detidos não tiveram acesso a advogados de sua escolha nem puderam contatar suas famílias, o que, em alguns casos, configura desaparecimento forçado. Em resposta, o governo venezuelano, através do Ministério Público, sustenta que as ações policiais visaram combater grupos pagos para desestabilizar o país, resultando em 25 assassinatos de policiais e lideranças chavistas desde 28 de julho.
Segundo a Agência Brasil, protestos e repressão têm marcado o cenário venezuelano desde que o Conselho Nacional Eleitoral anunciou a vitória do presidente Nicolás Maduro, gerando suspeitas de fraude. Movimentos sociais, como a Frente Democrática Popular e o Coletivo de Direitos Humanos Surgentes, condenaram a repressão e prisões arbitrárias, afirmando que a maioria dos protestos foi pacífica. Eles criticam o governo por criminalizar manifestações, enquanto relatos de detenções sem ordem judicial e sem direito a defesa privada continuam a surgir.
O caso de Koddy Campos, defensor de direitos humanos, que transmitiu ao vivo uma tentativa de prisão não concretizada, foi apontado pelo governo como um “falso positivo”. Autoridades venezuelanas acusam Campos de encenar o evento para agitar a opinião pública.
O governo de Maduro classifica os protestos como tentativas de golpe, alegando ataques a instituições e figuras ligadas ao regime. O fiscal-geral Tarek William Saab relatou ataques a escolas, universidades e outras instituições públicas, além de destacar o assassinato de Mayauri Coromoto Silva Vielma, uma liderança chavista.
No complexo cenário venezuelano, a luta entre denúncias de repressão e justificativas de segurança nacional persiste, enquanto a comunidade internacional observa. A situação continua a gerar tensões internas e críticas externas, com pedidos de intervenção para garantir direitos humanos e justiça no país.