O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), fez uma comparação curiosa nesta terça-feira (9). Ele equiparou o caso das joias envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), indiciado pela Polícia Federal (PF), ao episódio de importunação a uma baleia jubarte, do qual o ex-presidente se livrou após prestar depoimento.
Nunes participou da celebração da Revolução de 1932, realizada no Parque Ibirapuera, na zona sul da capital paulista. Após o desfile, ao ser questionado pelo Metrópoles sobre a inocência de Bolsonaro no caso das joias, o prefeito — que tem Bolsonaro como aliado político e cujo vice-prefeito foi indicado pelo ex-presidente — aproveitou para mencionar outros processos dos quais Bolsonaro também se desvencilhou.
“Teve o caso da baleia, que teve indiciamento, [Bolsonaro] foi ouvido pela Polícia Federal, e depois disse que não importunou a baleia. Teve o caso dos móveis, que [ele] sumiu com os móveis, e depois os móveis estavam guardados lá. Teve o caso da embaixada, que teria algo errado, ilegal, e depois descobriu que não era ilegal. Tem que ter muita tranquilidade e comemorar que nós somos um país da democracia. A democracia prevê que a gente respeite os processos legais”, disse Nunes.
Bolsonaro foi ouvido no inquérito que apurou uma suposta importunação de uma baleia jubarte durante um passeio de moto aquática em São Sebastião, no litoral paulista, em junho do ano passado. Contudo, a PF não o indiciou, como indicou o prefeito.
Nunes acompanhou a cerimônia ao lado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), do secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, e do presidente da Assembleia Legislativa (Alesp), André do Prado (PL).
CASO DAS JOIAS
O relatório da PF sobre a investigação da venda ilegal de joias recebidas como presente pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro indica desvios milionários e mentiras do clã Bolsonaro. O documento teve o sigilo retirado na segunda-feira (8) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do caso.
As diligências da PF apontam que teria havido a movimentação de R$ 6,8 milhões (US$ 1,2 milhão) com a venda ilícita de bens. O entendimento dos investigadores é que houve “enriquecimento inadmissível” pelo então presidente da República. O documento indicia Bolsonaro e mais 11 pessoas. O registro oficial da apuração foi entregue ao STF fisicamente na sexta-feira (5).