Chama atenção o aumento da reprovação do governo Lula entre as mulheres: avançou dez pontos percentuais nos últimos oito meses — de 35% para 45% entre agosto do ano passado e fevereiro, mostra sequência de pesquisas Genial-Quaest.
Maioria no eleitorado (53%), as mulheres foram mais críticas que os homens na eleição e durante o governo Jair Bolsonaro, principalmente durante a pandemia.
Em 2022, tiveram peso específico na alavancagem e na vitória do candidato da oposição, mantendo o apoio em dez pontos percentuais, na média, acima do eleitorado masculino durante toda a campanha.
Agora, elas empatam com o eleitorado masculino na avaliação do governo Lula: a aprovação nos dois segmentos caiu de 60% em agosto para 51% em fevereiro.
Numa perspectiva otimista, é possível argumentar que a percepção favorável ao governo se mantém majoritária e absolutamente coerente com o resultado obtido por Lula nas urnas em 2022 — ele venceu a eleição com 50,9% dos votos.
Em contrapartida, as sondagens expõem um significativo desgaste do governo junto ao eleitorado feminino (dez pontos percentuais em oito meses).
Outro aspecto relevante é o avanço da reprovação ao governo (14 pontos, de 36% para 50%) entre eleitores de 16 a 34 anos de idade e também na faixa de 35 a 59 anos (12 pontos, de 36% para 48%).
Nesses dois grupos etários agrupam-se dois terços do eleitorado e a quase totalidade da população economicamente ativa.
As pesquisas não indicam com clareza, mas, aparentemente, há um mosaico de razões por trás dessa visão crítica ao governo.
Uma coisa é certa: a insatisfação crescente declarada pelas mulheres e pelos trabalhadores, em geral, afasta Lula da zona de conforto.