O Brasil registrou mais de 6,5 milhões de casos prováveis de dengue entre janeiro e agosto de 2024, atingindo um coeficiente de incidência de 3.201,4 casos por 100 mil habitantes. O Ministério da Saúde confirmou 5.244 mortes pela doença, com outras 1.985 ainda em investigação.
A epidemia afetou principalmente mulheres, representando 55% dos casos, enquanto os homens somaram 45%. As faixas etárias mais atingidas foram de 20 a 49 anos, com menor incidência em crianças menores de 4 anos e idosos acima de 80.
São Paulo se destacou negativamente, liderando o ranking de casos graves ou com sinais de alarme, totalizando 24.825 ocorrências. Minas Gerais, Paraná e Distrito Federal também apresentaram números elevados, enquanto Roraima, Acre, Rondônia e Sergipe registraram as menores quantidades de casos graves.
A situação alarmante levou as autoridades de saúde a intensificarem as medidas de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. Campanhas de conscientização foram ampliadas, focando na eliminação de criadouros e na proteção individual contra picadas.
Especialistas alertam para a importância da hidratação adequada ao primeiro sinal de sintomas, como febre alta, dores musculares e de cabeça. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são cruciais para evitar complicações graves da doença.
O Ministério da Saúde anunciou a expansão da distribuição da vacina contra a dengue, priorizando regiões com maior incidência. No entanto, a demanda supera a oferta, e a imunização completa da população ainda é um desafio a ser superado.
Municípios intensificaram as ações de combate ao mosquito, com mutirões de limpeza e visitas domiciliares de agentes de saúde. A população foi orientada a manter caixas d’água bem fechadas, eliminar água parada em pneus e vasos de plantas, e utilizar telas em janelas como medidas preventivas.
A epidemia de dengue em 2024 evidenciou a necessidade de investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias para controle do vetor. Cientistas trabalham em métodos inovadores, como a liberação de mosquitos estéreis e o uso de bactérias para reduzir a transmissão do vírus.
O impacto econômico da epidemia também preocupa, com aumento do absenteísmo no trabalho e sobrecarga dos sistemas de saúde. Gestores públicos buscam estratégias para minimizar esses efeitos, incluindo a ampliação de leitos hospitalares e a contratação emergencial de profissionais de saúde.
A colaboração entre diferentes esferas do governo e a sociedade civil mostrou-se fundamental no enfrentamento da crise. Parcerias com universidades e instituições de pesquisa foram estabelecidas para monitoramento em tempo real da situação epidemiológica e desenvolvimento de soluções inovadoras.
Apesar dos esforços, a epidemia de dengue em 2024 revelou fragilidades no sistema de vigilância e controle de arboviroses no Brasil. A experiência adquirida durante este período crítico deve servir como base para o aprimoramento das políticas públicas de saúde e prevenção de futuras epidemias.