O Ministério Público Federal (MPF) em Goiás apura a legalidade de um questionário da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que solicita aos servidores que revelem suas inclinações políticas. O formulário, parte de um curso sobre direitos humanos, pergunta aos agentes suas preferências ideológicas, oferecendo opções que vão de “extrema esquerda” a “extrema direita”.
O MPF determinou que a PRF tem um prazo de 15 dias para justificar a aplicação do teste. O objetivo da investigação é verificar a motivação e a legalidade da prática, além de avaliar a necessidade e a utilidade desse ato administrativo. De acordo com a PRF, o questionário, denominado Teste de Associação Implícita (TAI), era voluntário e anônimo, mas já foi suspenso.
O questionário também indaga sobre preferências partidárias, listando siglas como PDT, PSOL, PV, PSDB e PT, além de outras agremiações como União Brasil, MDB e PRD, utilizando suas denominações anteriores: Democratas, PMDB e PTB.
Este incidente se soma a outros episódios de controvérsias políticas na PRF. Durante o governo de Jair Bolsonaro, houve denúncias de que agentes eram apoiadores do então presidente. Após as eleições de 2022, membros da PRF foram investigados por supostas tentativas de manipular o resultado do pleito. O ex-diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, está preso sob acusação de uso indevido do cargo.
A investigação do MPF lança luz sobre a necessidade de uma administração pública imparcial e levanta questões sobre a interferência política em órgãos estatais. A PRF terá que esclarecer suas intenções e justificar a aplicação do controverso questionário.