O Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG) apresentou, nesta semana, uma denúncia formal contra o vereador de Ipatinga, Fernando Soares Ratske, por suposta prática de crimes relacionados à corrupção passiva e à exigência de vantagens indevidas. De acordo com a denúncia, o parlamentar, que está no segundo mandato, teria solicitado repetidamente que ex-assessores arcassem com despesas pessoais e custeassem a chamada “manutenção do mandato” utilizando recursos próprios.
Entre as acusações detalhadas, destacam-se as exigências de Ratske para que seus assessores comprassem combustível, fizessem a manutenção de veículos particulares, adquirissem ração animal, e até mesmo pagassem para transporte de eleitores e a compra de uma caixa de som. De acordo com as investigações, essas práticas ocorreram em várias ocasiões e envolveram diferentes assessores ao longo dos anos.
Um dos casos mencionados na denúncia relata que o vereador teria exigido, em 16 oportunidades, que um de seus assessores na época, utilizasse seu próprio veículo e recursos para realizar atividades parlamentares. Em outra ocasião, outro ex-assessor foi obrigado a repassar mensalmente R$ 1.000 de seu salário, além de arcar com outros custos pessoais de Ratske.
As investigações, conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), começaram após o recebimento de uma denúncia anônima, que resultou em uma série de apurações e levantamentos que confirmaram as suspeitas. Os promotores de Justiça responsáveis pelo caso apontaram que as condutas do vereador violam os princípios de honestidade, legalidade e impessoalidade, inerentes ao cargo público que ocupa.
O Ministério Público requer que a Justiça aceite a denúncia contra Fernando Soares Ratske e que ele seja condenado por corrupção passiva, conforme previsto no Código Penal. Além disso, o órgão pede que o vereador seja obrigado a reparar os danos causados e que seja decretada a perda de bens obtidos de forma ilícita. A denúncia segue agora para apreciação do Poder Judiciário, que deverá decidir sobre o andamento do caso e a possível condenação.
VEREADOR SE POSICIONA EM RELAÇÃO ÀS DENÚNCIAS
“Todas acusações são improcedentes. Não passam de retaliação, por causa das denúncias que fiz, em desfavor do esquema nefasto de corrupção do atual prefeito de Ipatinga. Vários dos assessores, que fizeram essas denúncias estavam ligados à grupos do prefeito e foram beneficiados com cargos comissionados e em terceirizada da prefeitura, em troca de rifar, moer e fritar meu mandato, que atua com lisura e transparência”.
*Matéria atualizada às 9h40 para inclusão de informações.