A Polícia Federal (PF) indiciou o deputado federal André Janones (Avante-MG) por suposta participação em um esquema de rachadinha em seu gabinete parlamentar. A investigação, iniciada após denúncias de ex-funcionários, aponta para a prática ilegal de apropriação de parte dos salários dos assessores.
O indiciamento engloba os crimes de associação criminosa, peculato e corrupção passiva. Segundo o relatório policial, o patrimônio de Janones apresentou um crescimento desproporcional durante o período investigado, justificando a abertura da apuração. A PF identificou variações patrimoniais “a descoberto” nos anos de 2019 e 2020, totalizando R$ 150.532,18.
A investigação classifica Janones como o “eixo central” da suposta associação criminosa, destacando sua participação em todas as etapas do esquema. A suspeita surgiu após a divulgação de um áudio de 2019, no qual o deputado menciona a alguns assessores que deveriam devolver parte de seus salários para ajudá-lo a quitar dívidas de uma campanha eleitoral anterior.
O caso ganhou maior proporção quando a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou a abertura de um inquérito, aceito pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, em dezembro do ano passado. Desde o início das acusações, Janones tem negado veementemente qualquer envolvimento em irregularidades.
A prática da “rachadinha”, caracterizada pela devolução parcial dos salários de funcionários públicos para benefício de políticos, é considerada crime contra a administração pública. O indiciamento de Janones representa um desdobramento significativo no caso, podendo resultar em sérias consequências políticas e legais para o deputado.
A defesa de Janones ainda não se pronunciou oficialmente sobre o indiciamento. O caso segue em andamento, aguardando os próximos passos processuais e possíveis desdobramentos na esfera judicial e política.