A Polícia Federal prendeu neste sábado (14) o general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro em 2022. A prisão ocorreu em Copacabana, Rio de Janeiro, como parte da investigação que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado.
Após a prisão, Braga Netto foi encaminhado ao Comando Militar do Leste, onde permanecerá sob custódia do Exército. O general nega as acusações e afirma que nunca houve plano golpista ou intenção de atentar contra a vida de alguém.
A investigação revela que Braga Netto teria tentado obter informações sobre o acordo de colaboração do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, através dos pais do militar. Em mensagens interceptadas, o general Mario Fernandes relata que os genitores de Cid teriam entrado em contato com Braga Netto e com o ex-ministro Augusto Heleno para negar o conteúdo da delação.
Durante buscas na sede do Partido Liberal, a PF encontrou um documento com perguntas e respostas relacionadas à delação de Mauro Cid na mesa de um assessor de Braga Netto. Para os investigadores, o material indica uma tentativa do grupo de acessar detalhes do acordo de colaboração.
O relatório final da investigação indiciou 37 pessoas, incluindo Braga Netto e o ex-presidente Jair Bolsonaro. A PF sustenta que o contexto das evidências sugere que Mauro Cid foi diretamente consultado sobre os detalhes de sua colaboração com a polícia, o que teria motivado a atual operação.
Esta ação faz parte de uma série de desdobramentos das investigações sobre os eventos que sucederam as eleições de 2022, quando supostos planos para impedir a posse do presidente eleito teriam sido articulados.
(Com informações da revista Oeste)