Por Walter Biancardine (*)
Eufórica, a grande mídia anunciou na noite de ontem (18) que a Procuradoria Geral da República (PGR) apresentou, ao Supremo Tribunal Federal (STF), uma denúncia formal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro por “tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa”. Caso a denúncia seja aceita – e sabemos que será – Bolsonaro se tornará réu e deverá responder a um processo penal, sendo inevitavelmente condenado por aquele Tribunal, ficando de fora das eleições de 2026 e preso pelos próximos 28 anos, de acordo com o pedido. Já segundo noticiado no jornal El País e pela Associated Press, a pena poderá chegar até 43 anos de prisão.
Entre os incluídos na fantasiosa denúncia estão o analista político e youtuber Paulo Figueiredo, Filipe Martins, Mário Fernandes, delegado Ramagem, General Garnier, Anderson Torres e General Heleno, somando um total de 39 pessoas apontadas pela Procuradoria. Para completar, um dos mais conhecidos aduladores da atual ditadura – o colunista do jornal O Globo, Lauro Jardim – afirma em sua coluna que “PGR diz que agronegócio financiou tentativa de golpe”, juntando assim, em um só pacote, todos os adversários do atual narco-governo. Curiosamente Valdemar da Costa Neto, presidente do PL e um dos investigados, ficou de fora das denúncias.
O caso deverá ser julgado pela Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux. E não, não é piada.
Este é um dos sustentáculos premeditados por Alexandre de Moraes, outrora membro daquela Corte e hoje ditador da República, visando estabelecer-se definitivamente no poder e consolidar seus apoiadores comuno-globalistas como Michel Temer, Geraldo Alkimin e outros.
Tal rede de apoio à sua ditadura exclui, naturalmente, a ala extrema-esquerda composta por Lula e demais integrantes do PT, pois o impeachment de Luís Inácio – ou seu afastamento por qualquer outro motivo – não deve ser descartado. Ainda que o atual testa-de-ferro e ex-presidiário subsista até as próximas eleições, tal fato não fará muita diferença, pois o projeto de aprovação do abortivo e abstruso projeto de “semi-presidencialismo” – uma deformidade neonatal – está correndo a passos largos no Congresso.
Para que o amigo leitor compreenda a extensão do golpe de Estado – o verdadeiro, do STF – contra o Brasil: passar tal deformidade (semi-presidencialismo) sem o fim do foro privilegiado dos deputados e senadores, significa que os mesmos permanecerão nas mãos do STF, a decidir o futuro e até a liberdade de cada um deles, e Alexandre de Moraes – consolidado como Ditador-em-Chefe – escolherá o novo Primeiro-Ministro.
Será a volta das eleições indiretas para escolhermos o líder da nação, votado que será somente pelos congressistas – e sou capaz de apostar que tal votação se dará por voto em plenário e em voz alta, ao microfone, para a suprema apreciação do STF.
Certa feita, em uma entrevista, o ex-presidente Jair Bolsonaro – hoje ameaçado com 28 anos atrás das grades – comentou sobre “o quanto é fácil dar um golpe de Estado no Brasil”, mas parece que agora, convenientemente, todos esqueceram.
Esqueceram porque nada é fácil quando se tem escrúpulos – Bolsonaro os teve, e poderá ser “recompensado” com quase três décadas de prisão por isso. Mas tal facilidade foi encontrada pelo ditador Moraes que, sem nenhum pudor e munido apenas com papel e caneta, instituiu uma das mais sinistras, obscuras, opressoras e até sanguinárias ditaduras do ocidente – nada de soldados nas ruas, canhões, tanques e metralhadoras, até porque o Alto Comando das Forças Armadas simplesmente vendeu-se ao poder maior, que transcende ao próprio e calvo ditador atual.
E isto, também, todos parecem ter esquecido.
Reparem, entretanto, que todo este horror – inclusive a covardia do Congresso – tem origem na capacidade de chantagem do STF, que mantém a todos sob ameaça, pouco nos importando se por motivos justos ou não.
Claro e cristalino que ninguém se moverá, nem Congresso nem Forças Armadas e o próprio povo encolhe-se, amedrontado. Pois para fazer cessar todo este pandemônio, este festival de horrores que se abateu sobre o Brasil, de nada adianta votarmos em X ou Y ou sequer aprovarmos alguma lei: a única coisa que atinge a origem do mal é a destituição – completa, irrevogável e seguida de prisão – de todo o quadro de Ministros da Suprema Corte brasileira.
Repito, para ficar gravado: o STF é a origem primeira de todo o mal sobre a nação. Somente interditando-o e prendendo seus componentes (ou cúmplices) poderemos retornar à normalidade democrática – e pouco se me dá se deputados e senadores tem contas a prestar ao povo, pois o pior já terá passado.
A corja ditatorial mostra claramente ao brasileiro que está pouco ligando para Donald Trump, USAID, sanções ou mesmo nossa ruína econômica. O que importa é que o dinheiro – chinês, russo e dos cartéis de droga – já está nos bolsos deles e, por isso, dobram a aposta.
Assim, é hora do maior e mais colossal esforço de salvação do Brasil e de nossa própria pele, verdadeiro ato de legítima defesa, nos unindo e exigindo – através de permanência diuturna nas ruas – a deposição e prisão de tais Ministros, seguida da anulação de suas penas e o impedimento das funções daquela Corte, até que se vote alguma solução que a coloque em seu devido lugar.
Sem nosso sacrifício, sem nossa revolta nas ruas até que eles caiam, nada mudará.
Ao contrário: será cada vez pior.
Isso é só o início.