A relação entre Brasil e Estados Unidos atravessa um risco de ruptura que não se via desde os tempos turbulentos da Segunda Guerra Mundial e da ditadura fascista de Getúlio Vargas. Hoje, na prática, o Brasil é tratado como país hostil não apenas por Washington, mas também pelas capitais europeias alinhadas à OTAN. Esse isolamento não é produto de mal-entendidos diplomáticos, mas consequência de uma percepção consolidada: o Estado brasileiro, em sua configuração atual, serve de plataforma para interesses antiocidentais e redes criminosas internacionais.
A aplicação de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e a inclusão de Alexandre de Moraes na lista de sanções da Lei Magnitsky não são eventos fortuitos, mas, sim, representam a abertura de um novo capítulo de confronto. Os EUA, sob Donald Trump, estão sinalizando que consideram o governo Lula não apenas ideologicamente adversário, mas funcionalmente cúmplice de atividades criminosas e terroristas. A mensagem é clara: quem patrocina ou acoberta redes ligadas ao narcotráfico e ao terrorismo será tratado como inimigo.
Esse raciocínio se fortalece quando observamos o cenário regional. A Venezuela de Nicolás Maduro, já sob pressão crescente e com recompensa milionária oferecida por sua captura, serve como “hub” logístico para o tráfico de drogas e abrigo político do Foro de São Paulo. Foi nesse mesmo foro que Lula, então líder de governo, defendeu a transformação das FARC — uma das mais notórias organizações narcoterroristas das Américas — em partido político. Esse gesto não foi uma simples manobra ideológica: legitimou décadas de sequestros, assassinatos e tráfico como se fossem “luta social” – um roteiro esquerdista aparentemente imutável, com outros e abundantes exemplos e que faz, na prática, o Foro de São Paulo ser mais uma organização criminosa.
Dentro do Brasil, o retrato não é menos alarmante. Facções como PCC e Comando Vermelho não apenas dominam vastas áreas urbanas e rotas estratégicas de tráfico, como também possuem representantes e aliados infiltrados em setores-chave do Executivo, Legislativo, Judiciário – até nos mais altos escalões de todos eles – e, sobretudo, no estamento burocrático que opera acima das trocas eleitorais. Essas organizações, além de serem sustentáculos financeiros para partidos de esquerda, estabeleceram conexões com grupos jihadistas como Hamas e Hezbollah. O intercâmbio é direto: dinheiro brasileiro financia atentados no Oriente Médio, enquanto armas, treinamento e abrigo para fugitivos internacionais chegam ao Brasil como contrapartida.
O ponto pouco ou nada lembrado é que os Estados Unidos não precisam de autorização do governo brasileiro para classificar o PCC e o CV como organizações terroristas. Esse ato, quando concretizado, terá efeito imediato: abrirá o caminho para operações de inteligência, sanções financeiras contra indivíduos e empresas associadas, além de ações militares pontuais em território brasileiro. É a doutrina da ação preventiva contra ameaças extraterritoriais, que já foi aplicada no Oriente Médio e na África e que, agora, pode encontrar um novo teatro de ações latino-americano.
A Europa, que acompanha de perto e geralmente se move em bloco com Washington – ainda que com notória resistência – tende a apoiar tais medidas. Para os europeus, o Brasil não é mais visto como um parceiro econômico confiável ou como uma democracia estável, mas como um centro de exportação de instabilidade: drogas, crime organizado e cumplicidade política com redes inimigas do Ocidente. Esse alinhamento transatlântico significa que, se houver ações no Brasil, elas não virão apenas com a bandeira norte-americana, mas com respaldo diplomático – ou vistas grossas – da Europa.
O que se avizinha, portanto, é mais do que um choque comercial ou um embate retórico. É um possível combate à atual ideologia do governo brasileiro, diante da incapacidade — ou evidente falta de vontade — do próprio Estado em desmantelar as estruturas criminosas que o parasitam e compõem. Trump, ao endurecer contra essa engrenagem, não atua apenas na defesa de interesses internos dos EUA: ele se posiciona como agente de contenção contra um sistema que, se não for quebrado, consolidará o Brasil como peça funcional para o crime transnacional e para uma agenda antiocidental de longo alcance, camuflada sob rótulos ideológicos.
Em última análise, o tempo para ajustes graduais está se esgotando. Cada operação americana na Venezuela, cada sanção ampliada, cada nome incluído na Lei Magnitsky é um passo rumo ao confronto inevitável. E, quando esse ponto for alcançado, não haverá espaço para neutralidade: ou o governo brasileiro rompe com o narcotráfico e suas alianças políticas – em uma posição facilmente traduzida como “rendição” ou, quiçá, “deposição” da atual narcoditadura – ou será tratado, sem subterfúgios, como parte integrante do inimigo.
Não aposte todas as suas fichas em tarifas e Magnitsky como os únicos remédios necessários.
Isso foi só o início – ou, como diria Trump, “the best is yet to come”.
























