A Bolsa de Valores brasileira (B3) registrou uma retirada significativa de R$ 3,5 bilhões em investimentos estrangeiros durante o mês de julho de 2025, interrompendo uma sequência positiva que vinha se mantendo nos dois meses anteriores.
O movimento de saída de capital externo marca uma mudança no comportamento dos investidores internacionais, que haviam aportado R$ 10,6 bilhões em maio e R$ 5,4 bilhões em junho na B3. Apesar da retirada atual, o saldo do ano ainda permanece positivo em R$ 23 bilhões.
A debandada dos investidores estrangeiros reflete um cenário de maior cautela em relação ao mercado brasileiro, após tensões entre Brasil e EUA. O principal índice da Bolsa, o Ibovespa, registrou sete quedas consecutivas entre 7 e 15 de julho, acumulando uma desvalorização de 2,70% no mês.
Entre os fatores que contribuíram para essa saída de recursos estão as preocupações com o cenário fiscal brasileiro e as tensões comerciais com os Estados Unidos, que podem impor tarifas de 50% contra produtos brasileiros. Rafael Furlanetti, sócio-diretor da XP, alertou para os riscos desse movimento, classificando-o como “perigoso” e destacando a dificuldade em encontrar compradores para suprir a ausência dos estrangeiros.
A retração do capital internacional também pressiona o câmbio e reduz a liquidez do mercado acionário, podendo resultar em custos mais elevados de financiamento para as empresas brasileiras. O movimento atual surpreende analistas, já que o Brasil, como exportador de commodities, teoricamente estaria menos exposto às turbulências da guerra tarifária global.
























