O tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, que entra em vigor em 6 de agosto, deve provocar uma queda nos preços de alguns itens no mercado interno brasileiro. A medida afetará principalmente carnes, café e frutas, que tendem a ficar mais baratos devido ao aumento da oferta local.
Cerca de 30% das exportações brasileiras aos Estados Unidos, aproximadamente 12 bilhões de dólares, ficarão isentas da nova tarifa. Entre os produtos poupados estão petróleo e derivados, celulose, itens de aviação civil e suco de laranja. Por outro lado, setores como o de carnes e café enfrentarão a sobretaxa, o que deve resultar em redirecionamento da produção para o mercado doméstico.
O economista Leonardo Costa, do ASA, destaca que nove itens respondem por cerca de um quarto do valor a ser tarifado, com destaque para semimanufaturados de ferro e aço e café em grão. Para Denis Medina, professor da Faculdade do Comércio, carnes e frutas têm maior potencial de queda de preços no Brasil. No caso do café, que teve alta de 80% em um ano, a expectativa é de flutuação menor, já que o Brasil produz 35% de todo o café consumido pelos americanos.
Especialistas alertam que o efeito positivo nos preços pode ser parcialmente neutralizado por uma possível desvalorização do real, que encareceria produtos importados e insumos dolarizados. O ministro Fernando Haddad informou que o governo continua negociando e deve anunciar em breve medidas para atenuar os impactos do tarifaço sobre as exportações brasileiras.
O economista Roberto Padovani, do banco BV, projeta que o impacto geral será pequeno e setorial, mas suficiente para aliviar marginalmente a inflação no país. Ele ressalta que tarifas costumam ter efeito desinflacionário ao reduzirem exportações e arrefecerem a atividade econômica e a renda.
























