Os Correios registraram o maior prejuízo de sua história no primeiro semestre de 2025, acumulando perdas de R$ 4,37 bilhões, valor três vezes superior ao mesmo período do ano anterior. O resultado alarmante foi divulgado pela empresa estatal na última sexta-feira, dia 5.
A situação financeira da empresa apresentou deterioração generalizada, com queda na receita líquida de R$ 9,28 bilhões para R$ 8,18 bilhões, enquanto as despesas administrativas quase triplicaram, saltando de R$ 1,2 bilhão para R$ 3,4 bilhões. As despesas financeiras também dispararam, passando de R$ 3,09 milhões para R$ 673 milhões.
Entre os principais fatores que contribuíram para o resultado negativo, destaca-se a forte retração do segmento internacional, afetado por mudanças nas regulamentações de importações. A implementação da nova taxa sobre produtos importados impactou significativamente o volume de postagens e intensificou a concorrência no setor.
Para tentar reverter o cenário crítico, a empresa anunciou medidas emergenciais, incluindo um plano de contingência focado no aumento de receitas e redução de custos. A estatal também busca diversificar suas atividades com a criação de um marketplace próprio e obteve autorização para uma linha de crédito de R$ 4 bilhões junto ao banco dos Brics.
A ministra Esther Dweck, da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, reconheceu a gravidade da situação e indicou que a solução passa por uma reestruturação profunda. A empresa se comprometeu a economizar R$ 1,5 bilhão ainda em 2025, apostando parte dessa meta no Plano de Desligamento Voluntário, que deve gerar economia anual de R$ 1 bilhão.
Em meio à crise, o presidente da empresa, Fabiano Silva dos Santos, apresentou pedido de demissão em julho, mas permanece no cargo a pedido do presidente Lula, que ainda busca um substituto para a posição. O cenário atual representa o ápice de uma tendência de resultados negativos que se iniciou em 2022, quando a empresa registrou prejuízo de R$ 767 milhões, evoluindo para os atuais R$ 4,37 bilhões em apenas seis meses de 2025.
























