O setor privado brasileiro prepara uma estratégia ousada para as negociações comerciais com os Estados Unidos, usando a crescente influência chinesa no país como argumento contra as tarifas sobre produtos nacionais. A movimentação ocorre em meio às tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
Empresários brasileiros planejam alertar autoridades americanas sobre o risco de a China ampliar sua presença econômica no Brasil caso as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros sejam implementadas. O argumento ganha força especialmente nos setores de mineração e agronegócio, áreas estratégicas para ambos os países.
O setor mineral brasileiro emerge como peça-chave nas negociações, considerando que a China domina atualmente 80% da produção global de células de bateria e mais da metade do processamento mundial de lítio e cobalto. Esta concentração preocupa os Estados Unidos, que buscam reduzir sua dependência de fornecedores chineses.
No agronegócio, o Brasil também fortalece suas relações com a China. Durante a recente visita do presidente Lula a Pequim, foram assinados seis acordos específicos para o setor agropecuário, além da inauguração de um escritório conjunto das principais associações brasileiras de exportadores de carnes na capital chinesa.
A abordagem dos empresários brasileiros sugere que as tarifas americanas podem ter efeito contrário ao desejado, potencialmente empurrando o Brasil para uma aproximação ainda maior com a China. Esta estratégia negocial considera que as tarifas têm motivação mais política e geopolítica do que econômica.
O desafio para os negociadores brasileiros está no acesso limitado à Casa Branca, já que nem o setor privado nem os senadores envolvidos nas tratativas possuem canal direto com o alto escalão do governo americano. Mesmo assim, as autoridades brasileiras mantêm expectativas positivas quanto ao poder de persuasão destes argumentos nas negociações.
(Com informações da CNN Brasil)
























