Os Estados Unidos anunciaram a elevação das tarifas de importação sobre aço e alumínio de 25% para 50%, medida que atinge diretamente o Brasil, segundo maior fornecedor de aço ao mercado americano. A decisão, assinada pelo presidente Donald Trump, entra em vigor nesta quarta-feira (4) e impacta especialmente as exportações brasileiras de aço semiacabado.
O governo americano justifica o aumento com a necessidade de proteger suas indústrias siderúrgicas e metalúrgicas da concorrência internacional, alegando que as tarifas anteriores não foram suficientes para conter a entrada de produtos estrangeiros a preços competitivos. O Reino Unido é o único país que manterá a tarifa de 25%, devido a um acordo bilateral.
O Brasil exportou 3,88 milhões de toneladas de aço para os EUA em 2024, representando 16% das importações americanas do produto. Em valores, o país recebeu US$ 2,66 bilhões pelas vendas, ficando atrás apenas do México. Especialistas avaliam que a nova tarifa é praticamente proibitiva e terá que ser repassada aos preços, embora os Estados Unidos não sejam autossuficientes na produção de certos tipos de aço.
A decisão ocorre durante uma trégua de 90 dias nas tarifas recíprocas, que termina em 9 de julho. O governo brasileiro ainda não se manifestou oficialmente sobre a medida, que deve pressionar o setor siderúrgico nacional a buscar novos mercados ou negociar acordos específicos com os americanos para minimizar os impactos nas exportações.
Para o setor de alumínio brasileiro, o impacto também é significativo. Embora o Brasil represente menos de 1% das importações americanas do metal, os EUA são destino de 16,8% das exportações brasileiras do produto, movimentando US$ 267 milhões em 2024. A Casa Branca estabeleceu prazo até esta quarta-feira para que países afetados apresentem propostas de acordo sobre as novas tarifas.