Durante evento nos Estados Unidos, o CEO da Ternium, Maximo Vedoya, fez um apelo a autoridades internacionais e regionais para que concentrem os esforços de defesa comercial contra o avanço da China na indústria do aço. A empresa, que possui centro industrial no Rio de Janeiro e é a principal acionista da Usiminas, demonstrou preocupação com o aumento das importações no Brasil e o risco à sustentabilidade do setor.
Em discurso durante a cerimônia de premiação da Association for Iron and Steel Technology (AIST), realizada em Nashville, nos Estados Unidos, Vedoya destacou que a China ampliou significativamente sua participação na produção global de aço nas últimas duas décadas. Segundo ele, o país asiático passou de 5% do mercado global em 2001 para 35% atualmente, com projeção de alcançar 45% até 2030.
“O enorme desequilíbrio gerado por práticas comerciais desleais da China ameaça todo o ecossistema industrial de nossos países”, afirmou o executivo ao receber o prêmio de Produtor de Aço do Ano. Para Vedoya, é essencial que os países adotem uma estratégia conjunta baseada em valores e interesses compartilhados. “Precisamos formar parcerias que fortaleçam a competitividade, protejam empregos e sustentem as comunidades locais”, disse.
No contexto brasileiro, a preocupação recai sobre o aumento expressivo das importações. Dados apresentados pelo CEO apontam que a participação do aço importado no mercado interno passou de 10,2% em 2019 para 18,7% em 2024. O crescimento, segundo ele, pressiona a produção nacional e representa um risco para a indústria instalada no país.
A manifestação da Ternium ocorre em meio a um cenário de tensões comerciais intensificadas pela política tarifária dos Estados Unidos. O setor do aço, considerado estratégico por diversas economias, tem sido um dos focos de disputas e medidas de proteção adotadas por governos diante da concorrência internacional.
A Ternium opera em diversos países da América Latina e possui um dos principais complexos industriais do setor siderúrgico no Brasil, localizado em Santa Cruz, na zona oeste do Rio de Janeiro. A empresa também detém participação majoritária na Usiminas, uma das maiores produtoras de aço da América do Sul.