O presidente americano Donald Trump anunciou uma possível imposição de tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio para os Estados Unidos, medida que deve impactar significativamente as exportações brasileiras. O Brasil, como segundo maior fornecedor de aço aos EUA com 4,1 milhões de toneladas exportadas, será um dos países mais afetados.
A medida atinge principalmente o Canadá, maior exportador de aço e alumínio para os EUA, seguido pelo Brasil e México. Para a indústria brasileira, o impacto deve ser expressivo, já que os Estados Unidos são o principal destino das exportações siderúrgicas do país – o volume enviado aos americanos é 12 vezes maior que o destinado à Europa e 6 vezes superior ao da América Latina.
O Brasil ocupa atualmente a nona posição entre os maiores produtores mundiais de aço bruto, atrás de países como China, Índia e Japão. No setor de alumínio, o país figura como 14º maior fornecedor para o mercado americano, de acordo com dados do Departamento de Comércio dos EUA.
Esta não é a primeira vez que Trump ameaça impor tarifas ao aço. Em 2018 e 2019, o então presidente americano anunciou medidas semelhantes, mas recuou em ambas as ocasiões após negociações diplomáticas. Na última ameaça, Trump havia justificado a decisão com base na desvalorização do real frente ao dólar.
A União Europeia já se manifestou contra as novas tarifas, afirmando que não há justificativa para a medida e que pretende proteger seus interesses comerciais. Segundo a Comissão Europeia, a imposição de tarifas seria ilegal e economicamente contraproducente, especialmente considerando as cadeias de produção integradas entre EUA e Europa.
O governo brasileiro ainda não se pronunciou oficialmente sobre o anúncio. Especialistas avaliam que as medidas podem afetar significativamente a balança comercial do país, considerando a importância do mercado americano para o setor siderúrgico nacional.