Em meio a casos recentes de mortes e intoxicações por bebidas adulteradas em São Paulo, a Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado (Fhoresp) revela um dado alarmante: 36% das bebidas comercializadas no Brasil são fraudadas, falsificadas ou contrabandeadas.
O cenário preocupante ganhou ainda mais destaque após três mortes confirmadas nas últimas semanas – uma na capital paulista e duas em São Bernardo do Campo. As vítimas consumiram bebidas contaminadas com metanol, substância altamente tóxica que pode causar desde cegueira até óbito.
O Centro de Vigilância Sanitária (CVS) da Secretaria Estadual de Saúde investiga outros dez casos suspeitos, além dos seis já confirmados de intoxicação por metanol. Entre as vítimas está Diogo Marques, 23 anos, que sofreu cegueira temporária, enquanto seu amigo Rafael Martins permanece internado há um mês com graves complicações.
De acordo com Edson Pinto, diretor-executivo da Fhoresp, a entidade já havia alertado sobre o problema há seis meses. A pesquisa realizada pelo Núcleo de Pesquisa e Estatística da federação revelou que vinhos e destilados são os produtos mais afetados, com uma em cada cinco garrafas de vodca apresentando adulteração.
A Fhoresp, que representa 500 mil estabelecimentos em São Paulo, reforça que a maioria dos bares e restaurantes opera dentro da legalidade, mas sofre com fornecedores que adulteram produtos. A entidade cobra das autoridades ações efetivas para desmantelar as redes de falsificação.
O Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Campinas confirma que uma única dose de bebida contaminada com metanol pode provocar diversos sintomas graves, como visão turva, dor abdominal, tontura, náusea e convulsão, além de danos permanentes ao cérebro, fígado e nervo óptico.
























