Aposentados e pensionistas do INSS enfrentam uma nova modalidade de fraude que subtrai valores de suas contas bancárias logo após o depósito do benefício previdenciário. As cobranças indevidas são realizadas por seguradoras, clubes de benefícios e empresas financeiras, gerando prejuízos significativos aos beneficiários.
O esquema é diferente das fraudes anteriores que envolviam descontos diretos na folha de pagamento. Agora, os valores são debitados automaticamente das contas bancárias sem autorização dos titulares, após o crédito do benefício. Dados do Conselho Nacional de Justiça revelam que três empresas principais – Grupo Aspecir, Sebraseg/Binclub e Paulista Serviços – acumulam mais de 45 mil processos judiciais.
A aposentada Selma Lisboa, de 71 anos, é uma das vítimas. Ela identificou descontos mensais de R$ 69,90 em sua conta, feitos pela Eagle Sociedade de Crédito Direto. Outra beneficiária, também de 71 anos, teve prejuízo de R$ 1.222,25 com cobranças da Suda Club e Paulista Serviços.
As empresas envolvidas negam irregularidades e afirmam seguir as regras do Banco Central, alegando que os serviços foram contratados pelos beneficiários. Os bancos também se defendem, informando que cumprem a legislação e notificam previamente os clientes sobre débitos automáticos.
A Superintendência de Seguros Privados (Susep) investiga os casos e orienta as vítimas a registrarem reclamações no Consumidor.gov.br, além de procurarem as ouvidorias das empresas e órgãos de defesa do consumidor. O INSS recomenda que os beneficiários monitorem seus extratos bancários e contestem imediatamente qualquer desconto não autorizado.
Para evitar novos golpes, especialistas recomendam que aposentados e pensionistas bloqueiem previamente débitos automáticos em suas contas e autorizem apenas serviços efetivamente contratados. Em caso de descontos indevidos, é fundamental registrar a reclamação rapidamente e buscar o ressarcimento dos valores pela via administrativa ou judicial.