O governo Lula decidiu impor sigilo de 15 anos a uma carta enviada pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, ao secretário de Estado americano Marco Rubio. O documento, classificado como secreto pelo Itamaraty, só poderá ser acessado pelo público em novembro de 2039.
A justificativa para o sigilo baseia-se na Lei de Acesso à Informação, alegando que a divulgação poderia prejudicar negociações internacionais ou comprometer informações confidenciais trocadas entre os países. A carta foi enviada em novembro de 2024, quando Vieira tentava estabelecer um canal de diálogo com a gestão Trump nos Estados Unidos.
Mesmo após o encontro presencial entre Vieira e Rubio em Washington, nessa quarta-feira, dia 30 de julho, as relações entre os países permanecem tensas. O Brasil enfrenta tarifas de 50% sobre seus produtos no mercado americano, medida que tem gerado atritos diplomáticos entre as nações.
Em pronunciamento na Embaixada do Brasil em Washington, Vieira criticou abertamente as medidas americanas e defendeu a soberania nacional. O ministro considerou especialmente problemática a interferência dos EUA em assuntos relacionados ao Poder Judiciário brasileiro, referindo-se às sanções aplicadas com base na Lei Magnitsky.
A decisão de manter a carta sob sigilo por tanto tempo levanta questionamentos sobre seu conteúdo e as reais implicações para as relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos. Especialistas em relações internacionais avaliam que o período extenso de confidencialidade pode indicar informações sensíveis para ambos os países.
