O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou um documento oficial com erros na identificação dos estados brasileiros que compõem a Amazônia Legal. A publicação trocou as siglas de Mato Grosso (MT) e Mato Grosso do Sul (MS) e omitiu a sigla do Acre, citando apenas a capital Rio Branco. O material, publicado em 2024, foi retirado do site do instituto nesta terça-feira (22).
A falha no mapa oficial reacende a confusão histórica entre os dois estados do Centro-Oeste, frequentemente confundidos desde a divisão de Mato Grosso e a criação de Mato Grosso do Sul, em 1977. No documento, o IBGE inverteu as siglas dos dois estados — o que pode causar desinformação em análises técnicas e acadêmicas — e deixou de incluir corretamente o estado do Acre, que aparece representado apenas pela capital.
A Amazônia Legal é uma área delimitada pelo governo federal em 1953 para fins de planejamento e desenvolvimento econômico. Com mais de 5 milhões de quilômetros quadrados, corresponde a cerca de 59% do território nacional e engloba nove estados: Acre, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Tocantins, Mato Grosso, Maranhão e Rondônia. Mato Grosso do Sul, apesar do equívoco no mapa, não faz parte dessa região.
Além de sua extensão geográfica, a Amazônia Legal abriga aproximadamente 56% da população indígena do Brasil, segundo o próprio IBGE. A região também concentra importantes debates ambientais e sociais, especialmente diante dos preparativos para a Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 30), que será realizada em 2025 na cidade de Belém (PA).
DESIGUALDADES REGIONAIS
Um levantamento recente do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) apontou que as dez cidades com pior qualidade de vida no Brasil estão localizadas dentro da Amazônia Legal. O estado do Pará lidera esse ranking, com sete municípios entre os dez piores indicadores sociais e ambientais do país.
A divulgação do mapa com erros ocorre em um momento em que o país tenta fortalecer sua imagem internacional na área ambiental, especialmente às vésperas da COP 30, que deve reunir líderes mundiais para discutir soluções frente às mudanças climáticas.
O IBGE ainda não se manifestou oficialmente sobre os equívocos no documento nem esclareceu se uma versão corrigida será disponibilizada.
























