O governo brasileiro decidiu devolver oficialmente uma carta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após confirmar sua autenticidade junto à embaixada americana. O documento, que anunciava a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, foi considerado ofensivo e repleto de imprecisões pelo Itamaraty.
A decisão ocorreu após duas reuniões realizadas no Ministério das Relações Exteriores com o encarregado de negócios Gabriel Escobar, atual representante máximo dos Estados Unidos no Brasil. Durante o encontro com a embaixadora Maria Luisa Escorel, secretária de Europa e América do Norte, ficou evidenciada a insatisfação brasileira com o teor e a forma de divulgação do documento.
A carta chamou atenção não apenas por seu conteúdo, mas também pela maneira pouco convencional de sua divulgação. Trump optou por publicar o documento em sua rede social Truth Social antes mesmo que chegasse oficialmente ao presidente Lula.
Entre os principais pontos contestados pelo governo brasileiro está a alegação de Trump sobre um suposto déficit comercial dos Estados Unidos em relação ao Brasil. Dados do governo demonstram justamente o contrário: os americanos mantêm superávit nas trocas comerciais com o Brasil.
A situação evidencia um momento de tensão nas relações entre os dois países, especialmente considerando que os Estados Unidos estão sem embaixador oficial no Brasil desde janeiro, quando Elisabeth Bagley deixou o cargo. Trump, durante seu mandato, não chegou a indicar um novo representante para a posição.
























