O pastor Silas Malafaia afirmou nesta quinta-feira (21) que manteve diálogo com um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) em busca de “pacificação” após o avanço da ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A declaração foi dada em entrevista ao vivo ao programa Contexto Metrópoles, primeira após as medidas determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes contra ele.
Malafaia disse que não revelaria o nome do magistrado, mas ressaltou que a conversa foi por telefone e tratou de “buscar um caminho de paz” diante da escalada de tensões no país. “Sou veemente na defesa das minhas ideias, mas sou pacífico. Acho que vale a pena retroceder para desescalar”, declarou.
Apesar de falar em diálogo, o pastor fez duras críticas a Alexandre de Moraes, acusando-o de montar uma “Gestapo particular” dentro da Polícia Federal. O termo remete à polícia política do regime nazista.
Na quarta-feira (20), Moraes incluiu Malafaia na investigação sobre suposta tentativa de Eduardo Bolsonaro de interferir no processo que apura a tentativa de golpe de Estado entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023. O pastor não foi indiciado, mas teve os passaportes cancelados, os sigilos bancário, fiscal e telefônico quebrados, além de restrição de contato com Jair e Eduardo Bolsonaro.
Malafaia compareceu à Polícia Federal no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, onde permaneceu em silêncio durante depoimento. Na saída, afirmou não ter “nada a esconder” e criticou a apreensão de seu celular. “Apreender meu passaporte? Eu não sou bandido. Apreender meu telefone? Vai descobrir o quê? Eu dei a senha porque não tenho medo de nada.”
VIAGENS CANCELADAS
Segundo o pastor, a retenção do documento o impediu de viajar aos Estados Unidos, onde participaria de uma conferência religiosa e de um casamento, e também de férias em Punta Cana, na República Dominicana.
Na entrevista, Malafaia ainda atacou o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), por não ter colocado em pauta a proposta de anistia aos réus dos atos de 8 de janeiro. “Ele não tem palavra e está preso ao STF. O povo da Paraíba vai dar uma resposta para ele”, afirmou.
De acordo com o STF, Malafaia é investigado por supostamente colaborar com Eduardo Bolsonaro em manobras para obstruir a Justiça por meio de articulações com aliados do ex-presidente Donald Trump nos Estados Unidos.
























