O Tribunal de Contas da União (TCU) identificou indícios de fraude em compras de alimentos considerados supérfluos pelas Forças Armadas brasileiras, com gastos que ultrapassam R$ 8,3 milhões em itens como bacalhau, salmão, picanha e camarão.
A investigação, conduzida pelo ministro Jorge Oliveira, revelou um padrão de aquisições incompatível com a finalidade das instituições militares. Entre os produtos questionados, destacam-se 10,2 toneladas de bacalhau, 8,6 toneladas de picanha, além de grandes quantidades de filé mignon, camarão e outros itens considerados nobres.
O relatório do TCU aponta diversas irregularidades nos processos de compra, incluindo preços acima do mercado e quantidades desproporcionais ao número de militares. As aquisições foram realizadas entre 2019 e 2023, período em que as Forças Armadas gastaram cerca de R$ 1,8 bilhão em alimentos.
As suspeitas de superfaturamento também se estendem a produtos como sorvetes, refrigerantes e energéticos, que não se enquadram na categoria de itens essenciais para a alimentação militar. O Ministério da Defesa foi notificado para apresentar explicações sobre as compras questionadas.
O TCU determinou a abertura de uma auditoria específica para analisar detalhadamente estas aquisições. As Forças Armadas terão 15 dias para justificar os gastos e apresentar documentação que comprove a regularidade das compras. Caso as irregularidades sejam confirmadas, os responsáveis poderão responder por improbidade administrativa e ressarcimento aos cofres públicos.
























