O Brasil enfrenta uma crise diplomática devido aos valores abusivos cobrados pelos hotéis de Belém para a COP30, prevista para novembro deste ano. Diversos países, especialmente as nações em desenvolvimento, ameaçam não participar do evento climático devido aos preços das hospedagens, que chegam a ser 15 vezes superiores às tarifas normais.
André Corrêa, presidente da COP30, revelou durante encontro com a Associação de Correspondentes Estrangeiros que existe uma “sensação de revolta” entre os países participantes. O governo brasileiro, através da Casa Civil, tenta negociar com o setor hoteleiro, mas esbarra na impossibilidade legal de impor limites aos preços praticados.
A situação é tão crítica que a ONU convocou uma reunião de emergência para debater o tema. Atualmente, a organização disponibiliza 2.500 quartos com valores entre US$ 100 e US$ 600, com condições especiais para países menos desenvolvidos e pequenos estados insulares, que têm acesso a tarifas reduzidas.
Para amenizar a crise, a Secretaria Extraordinária da COP30 estabeleceu um sistema de prioridades, garantindo hospedagem primeiro às delegações diretamente envolvidas nas negociações oficiais. O órgão afirma estar comprometido em realizar uma conferência “ampla, inclusiva e acessível”, mas o impasse com os preços ameaça o sucesso do evento.
A escolha de Belém como sede já enfrentava questionamentos desde o início do ano devido a preocupações logísticas. Com aproximadamente 100 mil visitantes esperados, a infraestrutura hoteleira da cidade está sendo colocada à prova, e a escalada nos preços das hospedagens pode resultar na transferência do evento para outra cidade brasileira.
Uma nova reunião está marcada para 11 de agosto, quando serão discutidos não apenas a questão da hospedagem, mas também outros aspectos essenciais como transporte, segurança e alimentação. O futuro da COP30 em Belém dependerá, em grande parte, da disposição do setor hoteleiro em reconsiderar suas práticas de preços.
























