O derramamento de cerca de 20 mil litros de soda cáustica no Ribeirão do Carmo, em Mariana, Região Central de Minas Gerais, não deverá causar contaminação das águas do Rio Doce, segundo avaliação preliminar do Núcleo de Emergências Ambientais (NEA) da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). A análise técnica realizada nesta semana indica que o produto se dissolveu rapidamente, sem atingir concentrações capazes de comprometer a qualidade da água.
O acidente ocorreu na tarde da última segunda-feira (11), quando um caminhão-tanque tombou na BR-356, entre Ouro Preto e Saramenha. O veículo transportava soda cáustica, que escorreu pelo asfalto e chegou, por meio da rede de drenagem, ao Córrego do Funil, afluente do Ribeirão do Carmo.
De acordo com a Prefeitura de Mariana, amostras coletadas pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) indicaram que, no trecho próximo ao acidente, a água está fora dos padrões para uso, levando a administração municipal a orientar que moradores ribeirinhos não a utilizem para dessedentação animal ou outras atividades até nova liberação.
O prefeito Juliano Duarte (PSB) informou que houve registro de morte de peixes e que equipes da Secretaria de Meio Ambiente, Instituto Habitat e Defesa Civil atuam na coleta dos animais mortos, no monitoramento do curso d’água e nas providências administrativas contra a transportadora responsável.
Segundo a Semad, a contaminação ficou restrita à área próxima ao acidente. O órgão reforçou que não houve impacto na água distribuída à população de Mariana, já que o município não utiliza o Ribeirão do Carmo para abastecimento.
Além das equipes ambientais, o Corpo de Bombeiros também foi acionado para conter os riscos. Três militares que tiveram contato com a substância sofreram queimaduras leves e foram encaminhados a atendimento médico, assim como o motorista do caminhão.
A Defesa Civil estadual mantém o monitoramento e informou que, para os municípios localizados ao longo da Bacia do Rio Doce — incluindo o Vale do Aço e o Vale do Rio Doce —, não há, até o momento, motivo para preocupação com a qualidade da água.
Nossa equipe segue acompanhando o caso para confirmar as conclusões dos órgãos ambientais, especialmente considerando que cidades como Ipatinga, cercada pelo Rio Doce e pelo Rio Piracicaba, dependem diretamente da preservação desses cursos d’água.
*Matéria em atualização
























