Por Natália Brito (*)
A Casa Cor 2025 já abriu as portas e, mais uma vez, transforma ambientes em narrativas vivas. É um passeio pelo que há de mais ousado na arquitetura, no design e no paisagismo. Mas, como toda vitrine criativa, exige um olhar atento: nem tudo que funciona na atmosfera de uma mostra se encaixa, tal e qual, no aconchego da nossa casa. E está tudo bem — é justamente esse caráter experimental que a torna tão fascinante.
A cada edição, a Casa Cor reafirma seu papel como palco de inovação. Neste ano, o visitante encontra uma explosão de cores vibrantes, materiais sustentáveis, texturas inesperadas e soluções tecnológicas que dialogam com um público cada vez mais atento ao impacto ambiental e à funcionalidade dos espaços. São ambientes que não apenas exibem beleza, mas provocam sensações, explorando o design como uma experiência completa.
É impossível não se encantar com a harmonia entre natureza e tecnologia, ou com o uso poético da iluminação que valoriza a arquitetura e cria atmosferas imersivas. A curadoria, mais uma vez, demonstra o cuidado em apresentar a diversidade de linguagens que refletem um país plural, criativo e conectado ao mundo.
Ao mesmo tempo, é importante lembrar que uma mostra como a Casa Cor é, antes de tudo, um laboratório criativo. Os espaços são pensados para emocionar e, muitas vezes, para extrapolar os limites do convencional. E é aí que está a beleza do evento: permitir que o público observe, sonhe e, a partir dessas referências, adapte para a realidade da sua casa.
Não é sobre copiar um ambiente inteiro, mas sobre identificar elementos que traduzam o estilo de vida e a rotina de cada um — seja uma paleta de cores, uma solução de iluminação, um layout inovador ou um móvel com design autoral.
Mais do que uma mostra, a Casa Cor é um retrato do nosso tempo. Em 2025, fica evidente a força de conceitos como bem-estar, conexão com a natureza, consciência sustentável e valorização do artesanal. Esses valores, que atravessam gerações, ajudam a contar a história de um público cada vez mais atento a escolhas que unem estética e propósito.
Ao caminhar pelos espaços, o visitante percebe que o design deixou de ser apenas forma para se tornar linguagem. Cada ambiente é um convite para repensar hábitos, buscar mais conforto e autenticidade, e criar lares que reflitam quem realmente somos.
A Casa Cor 2025 confirma que o design é um organismo vivo, que pulsa com a cultura, a tecnologia e os desejos da sociedade. Visitar a mostra é mais do que um passeio: é uma imersão em ideias que desafiam o óbvio e expandem o olhar. Cabe a cada um, ao sair, traduzir essa inspiração em soluções práticas e significativas para seu próprio espaço, porque, no fim, a verdadeira beleza está em transformar tendências em aconchego.
























