Marcelo Libânio (*)
O deputado federal Nikolas Ferreira protocolou um pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, motivado pelo crescente desgaste diplomático com os Estados Unidos. No entanto, o problema vai além da crise pontual: o estopim foi a série de declarações antissionistas feitas por Lula, comparando Israel ao regime nazista de Hitler, o que revoltou judeus do mundo inteiro e acendeu um alerta entre as democracias ocidentais.
Nos bastidores da política e da economia, a insatisfação com o atual governo vai muito além das palavras ofensivas. Empresários, investidores e líderes de mercado têm assistido a uma escalada preocupante de gastos públicos, instabilidade institucional e alinhamento com regimes autoritários. Desde o início do mandato, Lula promoveu aproximações com países como Venezuela, Irã, Cuba e China, e evitou condenar abertamente ações terroristas do Hamas, o que acirrou a percepção internacional de que o Brasil abandonou sua posição de neutralidade pragmática.
A figura da primeira-dama informal, Janja da Silva, tornou-se recorrente em compromissos oficiais, com presença em viagens internacionais às custas do erário, muitas delas sem resultado concreto para o país. Para muitos, o Palácio do Planalto mais parece cenário de uma longa lua de mel financiada com dinheiro público, enquanto as promessas de campanha ficam pelo caminho.
O governo Lula também é acusado de não cumprir promessas estruturais, como controle fiscal, investimentos em infraestrutura e geração de empregos. O que se vê é o aumento de impostos, elevação da carga tributária sobre o setor produtivo, e um desmonte de políticas de incentivo ao empreendedorismo e à indústria nacional. A hostilidade a reformas pró-mercado, somada à interferência política em instituições independentes, tem afastado investidores e desestimulado a geração de empregos formais.
A percepção de perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro também se intensificou, sendo frequentemente denunciada pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump, o que reforça a ideia de que o Brasil vive uma erosão de suas instituições sob um governo que usa a máquina estatal para se manter no poder.
O atual cenário compromete diretamente a confiança do mercado. A deterioração das relações com os EUA — nosso segundo maior parceiro comercial — ameaça acordos bilaterais, investimentos em tecnologia e exportações estratégicas. A indústria brasileira, já fragilizada, sofre com o aumento dos custos operacionais e a insegurança jurídica. Empresários lidam com um governo que adota uma retórica agressiva, instável e ideologicamente radicalizada, o que eleva riscos e desestimula planos de expansão.
Lula, ao priorizar alinhamentos políticos ultrapassados, coloca em xeque a imagem do Brasil como parceiro confiável no comércio internacional. O prejuízo é claro: retração de investimentos, desvalorização do real, aumento dos juros e fuga de capitais. O país perde competitividade e estabilidade.
Com um discurso antiquado e ações que parecem responder mais a interesses partidários do que ao bem-estar da população, o atual governo representa hoje um risco concreto ao ambiente de negócios no Brasil.























