Após 20 anos de governos de esquerda, a Bolívia vivencia uma mudança histórica com a vitória do senador Rodrigo Paz no primeiro turno das eleições presidenciais que ocorreram neste domingo (17). O candidato de direita, que lidera a disputa com uma campanha discreta e austera, enfrentará o ex-presidente, entre 2001 e 2002, Jorge Quiroga no segundo turno marcado para 19 de outubro.
Filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora e nascido na Espanha durante o exílio de sua família, Rodrigo Paz, de 57 anos, conquistou o eleitorado com propostas de renovação econômica e combate à corrupção. Sua vitória surpreendeu os analistas políticos, já que as pesquisas o colocavam entre o terceiro e quinto lugares uma semana antes da votação.
Como senador por Tarija e líder do Partido Democrata Cristão, Paz construiu sua campanha sobre promessas de reformas econômicas, incluindo créditos acessíveis e incentivos à indústria nacional. Seu companheiro de chapa, o capitão da polícia Edman Lara, fortaleceu a candidatura com sua reputação de combate à corrupção.
Seu adversário no segundo turno, Jorge “Tuto” Quiroga, 65 anos, apresenta-se como uma alternativa liberal-conservadora. Engenheiro formado nos Estados Unidos e ex-presidente entre 2001 e 2002, Quiroga promete privatizações, redução do Estado e acordos comerciais internacionais para enfrentar a crise econômica boliviana.
A disputa marca o fim do domínio do Movimento ao Socialismo (MAS), partido que governou o país nas últimas duas décadas. A severa crise econômica e a escassez de dólares contribuíram para o descontentamento popular com a esquerda, abrindo espaço para uma nova orientação política no país andino.
O resultado das eleições reflete o desejo de mudança dos bolivianos, que enfrentam dificuldades econômicas crescentes. Enquanto Paz promete uma transição moderada com foco no desenvolvimento social, Quiroga defende transformações mais radicais, incluindo uma nova Constituição e ampla reforma do Estado.
























