O ministro da Justiça Ricardo Lewandowski defendeu publicamente a atuação profissional de seu filho, Enrique Lewandowski, como advogado do Centro Brasileiro de Apoio ao Contribuinte (Cebap), organização envolvida em suspeitas de fraudes bilionárias no INSS. A manifestação ocorreu nesta segunda-feira, em meio às investigações sobre descontos irregulares em aposentadorias.
Durante pronunciamento, Lewandowski argumentou que as bancas de advocacia, incluindo a de seu filho, teriam atuado dentro dos parâmetros legais e seguindo o estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil. O ministro enfatizou a regularidade dos contratos e o recolhimento de impostos sobre honorários recebidos.
A polêmica se intensifica pelo fato de o Cebap ter contratado Enrique Lewandowski para representação institucional junto a órgãos federais, incluindo a Secretaria Nacional do Consumidor e a Polícia Federal, ambos subordinados ao Ministério da Justiça, pasta comandada por seu pai.
O Cebap integra um grupo de três associações ligadas ao empresário Maurício Camisotti, que está sob investigação por supostamente utilizar pessoas como laranjas nas entidades para obter lucros com descontos indevidos sobre benefícios previdenciários. Camisotti também foi alvo de operação da Polícia Federal.
A situação levanta questionamentos sobre possível conflito de interesses, uma vez que o escritório do filho do ministro mantém relações profissionais com uma entidade investigada por órgãos subordinados à pasta de seu pai. As investigações sobre o esquema de fraudes no INSS seguem em andamento.