A deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) incluiu dois maquiadores profissionais em seu quadro de assessores parlamentares na Câmara dos Deputados, gerando questionamentos sobre o uso adequado da verba pública. Ronaldo Hass e Índy Montiel, que frequentemente divulgam seus trabalhos de maquiagem com a parlamentar nas redes sociais, foram contratados com salários que variam de R$ 2,1 mil a R$ 9,6 mil mensais.
Os profissionais, contratados como secretários parlamentares desde maio e junho deste ano, respectivamente, expõem regularmente nas redes sociais os trabalhos de beleza realizados para a deputada. Hass, que recebe o maior salário, acompanha Hilton em viagens internacionais, como recentemente a Portugal e Paris, durante a Europride.
Em resposta às questões levantadas, a deputada negou que as contratações tenham sido motivadas pelos serviços de maquiagem. Segundo ela, ambos desempenham funções legislativas regulares e, apenas ocasionalmente, realizam trabalhos de beleza, pelos quais são devidamente creditados.
O caso levanta debates sobre a transparência na utilização dos recursos públicos, considerando que as funções de secretário parlamentar incluem atividades como elaboração de projetos de lei, assessoria de imprensa e gestão de agenda. As postagens nas redes sociais dos profissionais, no entanto, destacam predominantemente os serviços de maquiagem prestados à parlamentar.
Entre os trabalhos divulgados, constam produções para eventos importantes, como a condecoração de Hilton com o título de Grande Oficial da Ordem do Rio Branco pelo Ministério das Relações Exteriores, além de participações em eventos culturais e políticos. A situação evidencia a necessidade de maior escrutínio sobre a destinação das verbas parlamentares e a real natureza das funções exercidas pelos assessores contratados com recursos públicos.
LEIA A NOTA DA DEPUTADA:
“Isso é simplesmente uma invenção. Ambos fazem atividades institucionais como secretários parlamentares, me assessoram nas comissões, ajudam a fazer relatórios, preparam meus briefings, dialogam diretamente com a população e atores da sociedade civil, me acompanham nas minhas agendas em Brasília, em São Paulo, nos interiores e no exterior. Tudo comprovado por fotos, vídeos e pelo próprio trabalho cotidiano deles.
E como são meus amigos e sempre trabalharam, e ainda hoje trabalham com maquiagem, fora das atividades parlamentares, sempre que podem, me maquiam, e eu os credito por isso. Se não me maquiassem, continuariam sendo meus secretários parlamentares.
Eles não foram nomeados por me maquiar e sim por contribuírem muitíssimo com a minha atuação parlamentar, seja na pauta LGBTQIA+ ou em tantas outras que meu mandato toca diariamente”.