O governo Lula sofreu importante revés político nesta quarta-feira (20) com a perda do comando da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS para a oposição. O senador Carlos Viana (Podemos-MG) venceu a disputa pela presidência com 17 votos contra 14 do governista Omar Aziz (PSD-AM).
A derrota pegou o Palácio do Planalto de surpresa e provocou uma reunião emergencial entre ministros e articuladores políticos do governo. Nos bastidores, auxiliares presidenciais demonstram preocupação com o novo cenário, especialmente após a nomeação do deputado Alfredo Gaspar (União-AL), conhecido por suas posições críticas ao governo, como relator da comissão.
O resultado evidencia falhas na articulação política do governo junto ao Congresso Nacional. A CPMI foi instaurada para investigar possíveis irregularidades em descontos de mensalidades de aposentados, que movimentaram cerca de R$ 2 bilhões em um ano, conforme revelado por investigações jornalísticas em dezembro de 2023.
A comissão, composta por 32 parlamentares titulares e igual número de suplentes, ganhou força após denúncias sobre milhares de processos por fraudes nas filiações de segurados. O caso já está sob investigação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União.
A escolha da nova direção da CPMI representa um obstáculo adicional para o governo federal, que agora terá que lidar com uma presidência e relatoria alinhadas à oposição. Fontes do Planalto admitem que a administração federal “cantou vitória” prematuramente e subestimou a capacidade de articulação dos grupos opositores.
O episódio marca uma inflexão importante no relacionamento entre Executivo e Legislativo, sinalizando possíveis dificuldades futuras para a base governista no Congresso Nacional. A CPMI do INSS promete intensificar o debate sobre a gestão previdenciária e pode impactar diretamente a governabilidade nos próximos meses.
























