O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) criticou nesta quinta-feira (16) o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após declarações da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) indicarem que as tarifas de energia devem continuar subindo no país. Em publicação nas redes sociais, o parlamentar afirmou que a população ficará “sem cerveja, sem picanha e sem luz”.
A reação do senador ocorreu após o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, afirmar, durante sessão da comissão mista que analisa a Medida Provisória da modernização do setor elétrico, que não há perspectiva de redução nas tarifas enquanto os subsídios embutidos nas contas de luz não forem revistos.
Segundo Feitosa, os custos relacionados a incentivos e benefícios concedidos a diferentes segmentos do setor elétrico têm pressionado as tarifas, contribuindo para o aumento contínuo das contas pagas pelos consumidores.
De acordo com levantamento divulgado na segunda-feira (13) pela TR Soluções, empresa especializada em cálculos tarifários, as contas de luz dos consumidores residenciais devem subir, em média, 8% em 2026. A projeção considera a média das 51 distribuidoras de energia do país, sem incluir impostos ou eventuais acréscimos de bandeiras tarifárias.
A estimativa indica que as regiões Sul e Sudeste devem registrar os maiores reajustes, com alta média de 9,5% cada. Na sequência, vêm o Norte, com 7,6%; o Centro-Oeste, com 6,7%; e o Nordeste, com 4,4%.
Nas redes sociais, Flávio Bolsonaro usou o cenário para criticar o governo federal e associar o aumento ao custo de vida da população. “Sem cerveja, sem picanha e sem luz”, escreveu o senador, em referência a um discurso popular usado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro para criticar a política econômica da gestão petista.
A discussão sobre os reajustes ocorre em meio ao debate sobre o modelo de financiamento do setor elétrico, que envolve custos com subsídios a fontes renováveis, programas sociais e políticas de incentivo à geração distribuída. Especialistas apontam que, sem mudanças estruturais, os aumentos devem persistir nos próximos anos.
























