O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) intensificou o embate com o Congresso Nacional durante o lançamento do Plano Safra 2025/2026 nesta terça-feira (1º), no Palácio do Planalto. Em pronunciamento direto, defendeu a redução de privilégios e criticou a resistência parlamentar às propostas do governo para ajuste fiscal.
A declaração acontece em um momento de crescente tensão entre Executivo e Legislativo, após o Congresso derrubar o decreto presidencial que alterava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A medida, inédita nos últimos 37 anos, levou o governo a recorrer ao Supremo Tribunal Federal.
Durante seu discurso, Lula citou nominalmente os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira, reforçando que o país será “o que a gente quiser que ele seja”. O presidente destacou que não pretende “tirar nada de ninguém”, mas busca equilibrar direitos entre diferentes grupos sociais.
O presidente defendeu especialmente a proposta de aumento na taxação das apostas esportivas (bets) de 12% para 18%. Segundo ele, o acréscimo de 6% incidiria sobre “pessoas que estão ganhando milhões sem fazer nada”, contrastando com o esforço dos produtores rurais presentes no evento.
Na ocasião, que serviu para anunciar R$ 516,2 bilhões em financiamentos para o setor agropecuário empresarial, Lula também rebateu críticas sobre aumento de impostos. O presidente argumentou que a carga tributária atual é percentualmente menor que em 2011, enfatizando que o objetivo é promover uma “tributação mais justa e correta”.
O episódio marca uma nova fase no relacionamento entre governo e Parlamento. Após a derrubada do decreto do IOF, o Planalto primeiro reagiu com críticas verbais, acusando o Congresso de obstruir medidas de justiça social, e depois partiu para ação concreta ao acionar o STF.