Rodrigo Paz, senador pelo Partido Democrata Cristão (PDC), venceu o segundo turno das eleições presidenciais na Bolívia com 54% dos votos válidos, encerrando duas décadas de governos de esquerda no país andino. O resultado foi confirmado pelo Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) neste domingo (19).
O novo presidente, que assume em 8 de novembro, derrotou o conservador Jorge Tuto Quiroga, que obteve 45% dos votos. Filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora e economista de formação, Paz representa uma mudança significativa na política boliviana, que desde 2006 era dominada pelo Movimento ao Socialismo (MAS), partido fundado por Evo Morales.
A vitória de Paz reflete o descontentamento dos bolivianos com a atual situação econômica do país. A inflação de 23% em 2025 e a escassez de combustíveis contribuíram para o desgaste do governo socialista. As exportações de gás natural, principal fonte de receita do país, registraram queda expressiva nos últimos anos.
O presidente eleito defende uma transição moderada, mantendo programas sociais enquanto estimula o setor privado. Já anunciou um acordo de cooperação econômica com os Estados Unidos no valor de US$ 1,5 bilhão para garantir o fornecimento de combustível, sinalizando uma nova orientação na política externa do país.
A eleição marca o fim do ciclo iniciado por Evo Morales, primeiro presidente indígena da Bolívia, que nacionalizou a indústria de petróleo e gás e manteve alianças com Cuba, Venezuela e Rússia. Analistas políticos consideram o resultado um ponto de virada na história recente do país, indicando um retorno a políticas econômicas mais alinhadas com o mercado internacional.
























