A oposição venezuelana convoca protestos em todo o país às vésperas da posse de Nicolás Maduro para seu terceiro mandato, programada para esta sexta-feira (10), em meio a acusações de fraude eleitoral e crescente tensão política. A líder opositora María Corina Machado, que está escondida desde agosto, promete fazer sua primeira aparição pública durante as manifestações.
O cenário político na Venezuela se tornou ainda mais instável após as eleições de julho, quando Maduro foi declarado vencedor com 51% dos votos segundo órgãos oficiais. A oposição, no entanto, contesta o resultado e afirma que seu candidato, Edmundo González Urrutia, obteve 67% dos votos, baseando-se em boletins de urna resgatados por fiscais.
Em resposta aos protestos planejados, o governo intensificou a presença militar em Caracas, especialmente nas proximidades do palácio presidencial Miraflores. O regime também realizou uma série de prisões de opositores e ativistas, embora tenha anunciado a libertação de mais de 1.500 pessoas detidas durante protestos pós-eleição.
González, que está exilado na Espanha e enfrenta um mandado de prisão por supostas conspirações, promete retornar ao país. Recentemente, ele realizou encontros com autoridades americanas, incluindo o presidente Joe Biden, buscando apoio internacional para a causa opositora.
O ministro do Interior, Diosdado Cabello, responsável pela repressão, minimizou as ameaças de protestos, mas advertiu que o governo manterá a vigilância. Especialistas avaliam que os militares, beneficiados financeiramente pela conexão com Maduro, devem manter seu apoio ao regime.
A crise venezuelana se aprofunda em um momento em que o país enfrenta graves problemas econômicos e sociais. Maduro, no poder desde 2013, mantém controle sobre as principais instituições do país, incluindo o Conselho Nacional Eleitoral e o Supremo, que validaram sua controversa reeleição.