O Hospital Márcio Cunha (HMC), em Ipatinga, alcançou mais um marco na medicina oftalmológica ao realizar com sucesso um transplante lamelar de córnea em um paciente de 37 anos. O procedimento, considerado de alta complexidade e modernidade, reforça o compromisso da Fundação São Francisco Xavier (FSFX) com a excelência em saúde e consolida sua posição como referência regional e estadual na realização desse tipo de cirurgia.
Tradicionalmente, os transplantes de córnea envolvem a substituição de toda a estrutura do tecido, em uma técnica conhecida como transplante penetrante. O avanço alcançado pelo HMC permite a realização de transplantes lamelares, substituindo apenas a camada comprometida da córnea e preservando o tecido saudável do paciente.
Entre os principais benefícios estão a redução no risco de complicações graves, como infecções ou rupturas, menor probabilidade de rejeição imunológica e uma recuperação visual significativamente mais rápida. “Esses procedimentos tornaram-se possíveis graças ao aprimoramento da capacitação médica e ao investimento contínuo em treinamento e atualização profissional”, explica o oftalmologista do HMC, Silas Franco. Ele destaca que a técnica lamelar não só aumenta a segurança do paciente, como também garante estabilidade visual a longo prazo, reduzindo o astigmatismo induzido e, em alguns casos, eliminando a necessidade de suturas.
A transformação que esse tipo de procedimento representa pode ser percebida na história de Felipe José de Souza, de 37 anos. Diagnosticado com ceratocone aos 17, ele perdeu a visão do olho esquerdo e, junto, parte da sua qualidade de vida. Nos anos seguintes, enfrentou uma rotina de tratamentos e tentativas de recuperação, passando por procedimentos como o implante do anel de Ferrara e um transplante de córnea em 2018, que infelizmente não teve sucesso.
Sem desistir, Felipe retornou à fila de transplantes em 2019, mudou-se para Ipatinga e, em 2023, tornou-se paciente do médico Silas Machado, no Hospital Márcio Cunha. Foi ele quem solicitou sua transferência para a fila da instituição, onde, em 1º de agosto de 2025, Felipe recebeu a notícia mais aguardada: a córnea finalmente havia chegado.
A cirurgia foi realizada com sucesso e, desde então, Felipe relata uma mudança significativa em sua vida. Vinte dias após o procedimento, ele já percebe melhora na visão e se mostra confiante de que poderá, em breve, recuperar por completo um sentido perdido há quase duas décadas.
O paciente fez questão de destacar a competência da equipe, o acolhimento e o cuidado recebidos, agradecendo especialmente ao médico Silas Machado Franco Junior e à secretária Iasmin Abranches Bernardino Lopes pelo suporte em todas as etapas do processo. Ele também reconheceu a importância da doação, dedicando sua gratidão à família do doador e a Deus, pela oportunidade de um novo recomeço.
De acordo com Silas Franco, além da inovação técnica, o impacto na vida de pacientes como Felipe é o maior ganho. “Esses procedimentos permitem preservar o tecido saudável, reduzir o risco de rejeição e oferecer uma recuperação visual mais rápida e segura. Em determinadas situações, a visão pode ser restabelecida em poucas semanas, um ganho expressivo diante da técnica tradicional”, reforça.
A córnea utilizada foi doada, sem custos para o paciente, em conformidade com as diretrizes do Sistema Nacional de Transplantes. O acesso gratuito reforça o caráter social da iniciativa e garante a democratização do tratamento.
Com mais esse avanço, o HMC reafirma seu papel como protagonista em inovação na saúde em Minas Gerais, ampliando horizontes na oftalmologia e oferecendo soluções modernas que transformam vidas. A instituição segue investindo em capacitação profissional e tecnologia para proporcionar resultados cada vez mais seguros, rápidos e eficientes aos seus pacientes.
HOSPITAL MÁRCIO CUNHA
Hospital geral de alta complexidade completando 60 anos de atuação em 2025. Possui 558 leitos e três unidades, sendo uma unidade exclusiva para o tratamento oncológico.
Atende a uma população de mais de 1,6 milhão de habitantes de 87 municípios de Minas Gerais e conta com cerca de 500 médicos em 58 especialidades, com prestação de serviços nas áreas de ambulatório, pronto-socorro, medicina diagnóstica, ensino e pesquisa, terapia intensiva adulta, pediátrica e neonatal, urgência e emergência, terapia renal substitutiva, alta complexidade cardiovascular, oncologia adulto e infantil, entre outros. No último ano, foram cerca de 5.200 partos realizados no HMC, cerca de 36 mil internações, mais de 18 mil cirurgias, mais de 60 mil sessões de hemodiálise. Na unidade de oncologia, foram mais de 18 mil sessões de radioterapia e cerca de 33 mil sessões de quimioterapia.
O HMC foi o primeiro hospital do país a ser acreditado em nível de excelência (ONA III), pela Organização Nacional de Acreditação (ONA). Além disso, está classificado pela revista norte-americana Newsweek entre as melhores unidades hospitalares do Brasil, sendo o 6º em Minas Gerais e 27º melhor do país.
