A Controladoria-Geral da União (CGU) descobriu um esquema fraudulento em que entidades usavam cópias de documentos de identidade no lugar de selfies para burlar o sistema de biometria facial do INSS, resultando em descontos não autorizados nos benefícios de aposentados. O golpe movimentou R$ 2,2 bilhões.
Os documentos obtidos pela CGU revelam uma sofisticada operação onde associações e sindicatos manipulavam fotos de RG para simular a autenticação biométrica exigida pelo Instituto Nacional do Seguro Social. A fraude permitia que as entidades realizassem descontos indevidos nas aposentadorias sem o real consentimento dos beneficiários.
A investigação identificou três empresas de tecnologia envolvidas no esquema: Soluções Power BI Software Tecnologia e Internet, Confia Tecnologia da Informação e Dataqualify Desenvolvimento, Assessoria e Dados. Estas organizações desenvolveram ferramentas específicas para criar fichas de filiação fraudulentas, burlando as normas estabelecidas pelo INSS.
O sistema de validação biométrica facial foi implementado pelo INSS em 2024 como medida de segurança, após denúncias sobre descontos irregulares. No entanto, as entidades encontraram formas de contornar essa proteção, usando simples fotocópias de documentos de identidade no lugar das selfies obrigatórias dos aposentados.
A fraude só foi interrompida em abril deste ano, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Sem Desconto. As investigações apontam que as entidades envolvidas estabeleceram Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com o INSS para viabilizar o esquema, apresentando documentação aparentemente regular, mas fundamentalmente fraudulenta.
O caso expõe a vulnerabilidade dos sistemas de proteção aos beneficiários do INSS e levanta questões sobre a necessidade de maior rigor na verificação dos processos de filiação a entidades que realizam descontos em benefícios previdenciários. As autoridades continuam investigando para identificar todos os envolvidos e recuperar os valores desviados dos aposentados.
























