O presidente americano Donald Trump planeja classificar o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) como “organizações terroristas” mesmo após a gestão Lula se manifestar contra tipificar as facções criminosas dessa forma. A medida, revelada por fontes próximas ao republicano, pode impactar significativamente as relações entre Brasil e Estados Unidos.
A eventual decisão representaria uma mudança drástica na política internacional americana em relação às organizações criminosas brasileiras. A classificação do PCC e do CV como grupo terrorista permitiria aos Estados Unidos bloquear ativos financeiros, impor sanções econômicas e ampliar operações de inteligência em território brasileiro.
O presidente Lula manifestou oposição à proposta, argumentando que o Brasil já possui mecanismos próprios para combater o crime organizado. Autoridades brasileiras temem que a medida americana possa interferir na soberania nacional e prejudicar estratégias locais de enfrentamento à facção criminosa.
Especialistas em segurança pública destacam que o PCC, embora represente uma grave ameaça, opera principalmente como organização criminosa voltada ao tráfico de drogas e outros delitos, sem motivações políticas ou ideológicas típicas de grupos terroristas. A eventual classificação americana poderia dificultar a cooperação bilateral no combate ao crime organizado.
O Ministério das Relações Exteriores trabalha nos bastidores para evitar que a proposta avance, buscando diálogo com representantes americanos. A questão deve ganhar mais relevância conforme se aproximam as eleições presidenciais nos Estados Unidos, previstas para novembro de 2024.