O governo dos Estados Unidos intensificou suas medidas contra autoridades brasileiras ao revogar nesta segunda-feira (22) o visto do advogado-geral da União, Jorge Messias, e de outras cinco autoridades ligadas ao Judiciário brasileiro. A decisão marca mais um capítulo na crescente tensão diplomática entre os dois países.
A lista de autoridades que perderam o direito de entrada nos EUA inclui o ex-procurador-geral José Levi, o ex-juiz eleitoral Benedito Gonçalves e três ex-auxiliares do ministro Alexandre de Moraes: Airton Vieira, Marco Antonio Martin Vargas e Rafael Henrique Janela Tamai Rocha.
Em resposta à medida, Jorge Messias classificou as ações americanas como unilaterais e incompatíveis com as relações diplomáticas construídas entre os países ao longo de dois séculos. O advogado-geral reafirmou seu compromisso com a independência do Sistema de Justiça brasileiro e garantiu que continuará exercendo suas funções.
A nova rodada de sanções acontece no mesmo dia em que os EUA anunciaram medidas contra Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes, com base na Lei Magnitsky, utilizada para punir estrangeiros acusados de violações de direitos.
As retaliações americanas começaram em julho, quando Washington revogou os vistos de oito ministros do Supremo Tribunal Federal, incluindo o presidente Luis Roberto Barroso e o próprio Alexandre de Moraes. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, também foi atingido pelas medidas.
As tensões entre os países se agravaram após decisões do Judiciário brasileiro contra empresas americanas e o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. A Trump Media e a rede social Rumble processaram Alexandre de Moraes nos Estados Unidos após o ministro determinar o bloqueio da plataforma no Brasil.
O governo americano sinalizou que poderá ampliar as sanções contra outras autoridades brasileiras caso considere necessário, elevando ainda mais a temperatura nas relações bilaterais entre as duas maiores democracias das Américas.
























