Marcelo Dilla (*)
Os OVNIs, popularmente conhecidos como discos voadores, são avistados em vários lugares do mundo. Já as assombrações, em apenas dois lugares: Inglaterra e Minas Gerais. Porém, ao que parece, só existe um lugar onde os dois aparecem: Minas Gerais!
Histórias de “assombração” ou coisas similares, sempre foram uma marca registrada de Minas, desde o século 17. São “casos” e mais “causos” dos mais curiosos aos mais excêntricos, em todas as regiões mineiras. Passei minha infância e adolescência ouvindo casos de assombração, monstros, mula sem cabeça e de tanto outros “seres”.
Eu, Marcelo Dilla, em minhas constantes viagens por Minas Gerais, já me deparei com situações que indicavam ser “assombrações”, mas nada, que pudesse ser confirmado na prática. No entanto, com os OVNIs, foi tudo diferente.
Desde o final dos anos 60, as assombrações foram aos poucos, dando lugar aos OVNIs. Em 1973, no Bairro Minas Brasil, em Belo Horizonte, ainda cercado por matas, visualizei com mais três amigos, no início de uma noite, uma luz colorida piscando no alto de algumas árvores. Estávamos achando aquilo divertido, se não fosse um forte estalo, seguido de um clarão branco. O objeto fez então uma curva e sumiu. Nunca corri tanto em minha vida.
À época estávamos com idades entre 15 e 16 anos e nenhum de nós sabíamos o que tínhamos visto. Os adultos para quem contamos a história, riram ou nos condenaram por estar próximos à mata naquele horário da noite.
Outro curioso e mais intrigante caso, do qual fui testemunha ocular, aconteceu três anos depois, no Colégio Militar de BH, quando eu servia ao Exército Brasileiro. Era abril de 1976. Eu e mais 55 militares, entre soldados, sargentos e alguns oficiais, ficamos de prontidão durante 48 horas no Colégio Militar (na região da Pampulha), sem poder ter contato com ninguém de fora do quartel. Munidos de armamento pesado (fuzis, metralhadoras e granadas), vigiávamos duas carretas Scânia. Elas transportavam dois contêineres, que vieram de Brasília e que seguiriam para o Rio de Janeiro.
As carretas vieram da capital federal escoltadas por 20 viaturas da Polícia Federal e do Exército. Depois de dois dias, em Belo Horizonte, as carretas foram levadas para o Rio de Janeiro, escoltadas pela Polícia do Exército do Batalhão de Juiz de Fora. A única informação repassada para nós, soldados, era que as carretas “transportavam notas já sem valor que seriam incineradas no Rio”.
Durante aquele período de prontidão, eu e outros colegas soldados, começamos a achar muito estranho, pois, se fosse apenas “dinheiro sem valor” para ser incinerado, por que serviria todo aquele grande e forte aparato militar? Não fazia sentido algum.
Trinta anos depois, um boato aparentava ser a explicação do mistério. Alguns amigos meus do Colégio Militar – que chegaram ao posto de coronel do Exército – comentaram que naqueles contêineres estavam, na verdade, restos de um OVNI que havia caído no Estado do Mato Grosso, no início de abril daquele ano. Eles ainda me disseram que uma fragata da Marinha americana aguardava os contêineres para levá-los até a famosa área 51, nos EUA, onde seriam analisados. Essa história, com certeza, só não vazou, na época, porque foi totalmente blindada pelos militares e vedada à toda a imprensa.
Lembro a todos, por coincidência ou não, que o ano de 1976 foi talvez o que teve mais relatos de aparições de OVNIs por todo o Brasil. Se esta história das carretas com restos de um OVNI é verdade, nunca saberei, mas permanece até hoje, como sendo um caso muito confuso e misterioso.
Meu último e real contato visual com um OVNI, ocorreu também em terras mineiras. Foi em São Tomé das Letras, em 1993. Eu e dois amigos (um deles, na época, repórter do jornal O Globo), assistimos ao lado de várias outras pessoas “um show” de manobras e de luzes coloridas de um disco voador durante pouco mais de dois minutos, no escuro céu de São Tomé. Todos ficamos boquiabertos com o que vimos.
Porém, o caso de OVNI mais famoso de Minas Gerais continua sendo o “ET de Varginha”, ocorrido em janeiro de 1996. Muita história, muita investigação e até hoje, nenhuma certeza do que realmente aconteceu naquela cidade do Sul de Minas. Até o History Channel (canal de TV dos EUA) fez uma longa matéria internacional sobre esse caso, deixando muitas dúvidas a serem questionadas em meio a um total silêncio militar, tanto do lado brasileiro quanto do americano.
Por isso e por tantas outras coisas incríveis, sempre digo que Minas Gerais é a terra dos minérios e também, dos mistérios!
(*) Marcelo Dilla é cronista, vocalista e guitarrista da banda Creedence Cover Brasil