A Polícia Federal (PF) realizou nesta quarta-feira (9) uma operação para combater a migração ilegal de crianças e adolescentes. Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão em Governador Valadares e outro na cidade de Piracanjuba, GO, onde foram apreendidos computadores, celulares e documentos.
As investigações foram iniciadas há seis meses, segundo a Polícia Federal, e foi identificado um grupo de pessoas que supostamente utilizavam uma agência de turismo em Governador Valadares e uma fábrica de linguiça, em Pirancanjuba, GO, para falsificar comprovantes de declarações de imposto de renda e outros documentos de clientes que tentariam conseguir visto de turismo para os Estados Unidos. Aproxidamente 20 pessoas conseguiram viajar para os trâmites do visto, mas foram barradas.
O delegado Christian Del Cantoni, que esteve na operação de busca em apreensão na agência de turismo da Rua Israel Pinheiro, próximo ao Mercado Municipal de Governador Valadares, explicou que havia várias denúncias, algumas anônimas e outras feitas pelo Consulado dos Estados Unidos, que já havia percebido indícios de falsificação em documentos apresentados pelos pelas pessoas que tentavam obter o visto de turismo. Entre esses documentos falsificados, o principal é a declaração de imposto de renda.
CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Com as denúncias, a Polícia Federal iniciou as investigações e descobriu que havia elementos suficientes que indicam que os investigados atuam na promoção e auxílio de envio de criança ou adolescente para o exterior, descumprindo o Estatuto de Criança e do Adolescente e recebendo pagamento por esse ato criminoso.
Nesta quarta-feira (9), a Polícia Federal cumpriu três mandados de busca e apreensão, todos expedidos pela Justiça Federal em Governador Valadares, sendo dois cumpridos em Valadares e outro em Piracanjuba (GO). A conexão entre as duas cidades é feita por meio de interlocuções entre os investigados residentes em Governador Valadares e outro em Piracanjuba. O delegado Cantoni disse um dos investigados já é reincidente na prática de crime relacionado à migração ilegal.
Durante as buscas, foram apreendidos aparelhos de telefone celular, computadores, um veículo novo e inúmeros documentos, que serão periciados. Entre esses documentos estão contratos que comprovam a relação da agência com as pessoas que tentavam obter o visto de turismo em seus passaportes. Os investigados responderão pelos crimes de migração ilegal e promoção de migração ilegal de criança e adolescente, cujas penas máximas somadas podem chegar a 11 anos de prisão.
(Com informações EM)