O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou a prisão temporária contra Ivan Rejane Fonte Boa Pinto, que disse que iria “caçar” integrantes do tribunal e lideranças de esquerda, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele foi preso pela Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira (22) em Belo Horizonte.
Em um dos vídeos, Ivan, que é conhecido nas redes sociais como “Terapeuta Ivan” ou “Terapeuta Papo Reto”, cita o feriado de 7 de Setembro e faz ameaças aos ministros do STF, ao ex-presidente Lula, à presidente do PT, Gleisi Hoffmann e ao deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ). Ao saber que seria detido, o youtuber teria resistido à prisão.
O pedido de prisão temporária foi feito pela própria PF, que alertou Moraes para o risco de Ivan promover “ações violentas” diretamente ou com a adesão de voluntários, “mediante inclusive a ‘luta armada'”, com o objetivo de destituir os ministros de suas funções.
Ao autorizar a prisão de Ivan, Moraes manda um recado a grupos extremistas que planejam atos para o feriado de 7 de Setembro. A pessoas próximas, o ministro tem dito que ameaças e ataques como os proferidos por Ivan não serão tolerados e que acompanha de perto as movimentações para o feriado.
Em decisão, o ministro relembra que a liberdade de expressão não é escudo para a prática de discursos de ódio, antidemocráticos e ameaças e agressões contra as instituições. Sem citar nomes, Moraes frisou ainda que a Constituição não permite a propagação de discursos de ódio e ideias contrárias ao Estado Democrático de Direito por “pré-candidatos e seus apoiadores”.
Além da prisão temporária, de cinco dias, Moraes autorizou a PF a fazer buscas em dois endereços ligados a Ivan. Um em Belo Horizonte e outro em Esmeraldas, na região metropolitana da capital mineira.
A diligência ajudaria a investigação a descobrir “quem se articula” com Ivan e o “respectivo nível de engajamento das pessoas que podem estar em torno do fato”, identificando quem aderiu ou pretendia aderir aos planos do youtuber.
Moraes também mandou o Twitter, Facebook e Youtube bloquearem os perfis de Ivan em suas plataformas e determinou ao Telegram que suspenda o canal usado por Ivan, preservando seu conteúdo.
Em nota, o Youtube disse que não iria se manifestar. “O processo é confidencial”, disse. A reportagem entrou em contato com demais as plataformas e aguarda manifestação.
Com informações do UOL Notícias