Um enorme buraco escuro se abriu na superfície do Sol e está liberando correntes de radiação mais fortes, conhecidas como ventos solares, atingindo diretamente a Terra. O buraco de 800 mil quilômetros foi detectado na coroa solar, a camada mais externa da atmosfera do Sol, conforme mostraram imagens capturadas no sábado (02/12), pelo Observatório de Dinâmica Solar (SDO) da Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa).
De acordo com o portal de astronomia Space Today, o tamanho e a orientação da lacuna temporária, que é maior que 60 Terras, não têm precedentes nesta fase do ciclo solar.
Conhecida como buraco coronal, a mancha escura no Sol tomou forma perto do Equador do Sol no sábado e atingiu sua largura máxima de 800 mil quilômetros em 24 horas, conforme informou o portal Spaceweather.com. Desde segunda-feira, 4, o vazio solar aponta diretamente para a Terra.
“Os especialistas previram inicialmente que este buraco mais recente poderia desencadear uma tempestade geomagnética moderada (G2), que poderia desencadear apagões de rádio e fortes exibições de auroras nos próximos dias”, conforme divulgou o Space Today. No entanto, o vento solar tem sido menos intenso do que o esperado, pelo que a tempestade resultante só foi fraca (G1), pelo menos até o momento.
Os buracos coronais aparecem como áreas escuras na coroa solar em imagens solares de ultravioleta extremo e raios X suaves, de acordo com a Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA).
No domingo (3), o Observatório de Dinâmica Solar da Nasa publicou nas redes sociais um vídeo mostrando a atividade do Sol na semana passada e reportando ações como o registro de uma tempestade geomagnética.
“Eles parecem escuros porque são regiões mais frias e menos densas que o plasma circundante e são regiões de campos magnéticos unipolares abertos. Esta estrutura de linha de campo magnético aberta permite que o vento solar escape mais facilmente para o espaço, resultando em correntes de vento solar relativamente rápidas e é frequentemente referida como uma corrente de alta velocidade no contexto da análise de estruturas no espaço interplanetário”, explica a NOAA.
Ainda não está claro por quanto tempo o buraco permanecerá no Sol, conforme o Space Today. Os buracos coronais podem se desenvolver em qualquer momento e local do Sol, mas são mais comuns e persistentes durante os anos próximos ao mínimo solar. Ainda segundo a NOAA, são mais persistentes às vezes e podem durar várias rotações solares (período de 27 dias).