O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) conversou nesta segunda-feira (20), por videoconferência, com o presidente eleito da Argentina, Javier Milei, após a vitória nas eleições deste domingo. Bolsonaro aceitou o convite para assistir à posse de Milei, no dia 10 de dezembro. A informação foi confirmada pelo filho do ex-presidente e deputado federal Eduardo Bolsonaro, em suas redes sociais.
“Excelente chamada de vídeo de Jair Bolsonaro e o presidente eleito da Argentina, Javier Milei”, escreveu Eduardo em suas redes sociais, compartilhando uma imagem da chamada entre os três.
O ex-presidente Bolsonaro deu apoio a Milei durante a campanha. Seu filho Eduardo foi até a Argentina no primeiro turno para ressaltar o apoio ao aliado. Os três se alinham à direita na política e defendem pautas comuns, como a redução do tamanho do Estado e o corte de gastos públicos.
Por outro lado, Milei ainda não conversou com o presidente Luiz Inacio Lula da Silva (PT). Na campanha, o novo líder argentino fez ataques a Lula e, no debate do segundo turno, disse que não faria questão de ter uma relação próxima com o governante brasileiro. Ao mesmo tempo, Lula deu apoio indireto a Sergio Massa, rival de Milei na disputa, que foi derrotado.
Chamado de “comunista” e “corrupto” por Javier Milei, Lula reagiu friamente ao resultado da eleição de domingo, em uma rede social. Parabenizou o novo governo, sem citar Milei, e afirmou que o Brasil “sempre estará à disposição para trabalhar junto com nossos irmãos argentinos”.
Mais do que isso, o presidente brasileiro não deve fazer. Lula não tomaria a iniciativa de telefonar para Milei, após ser alvo de ofensas, disse um interlocutor da área diplomática, ao jornal O Globo.
Assim, o governo brasileiro espera sinais de Milei de que há possibilidade de existir uma relação amistosa com o Brasil, independentemente das diferenças políticas e ideológicas entre os gestores dos dois países. Somente a partir de então será possível uma conversa telefônica e até mesmo a ida de Lula à posse do economista da direita radical, em Buenos Aires, no próximo dia 10 de dezembro. Bolsonaro confirmou que irá.
Na área econômica, há dúvidas sobre o que acontecerá com o Mercosul. Mas existe a convicção de que os negócios no setor privado, que colocam a Argentina como um dos principais parceiros comerciais do Brasil, serão mantidos.
Também não está claro sobre o que acontecerá com projetos comuns, como a construção de um gasoduto que sairia do país vizinho até o Rio Grande do Sul. Parte da obra seria financiada pelo BNDES.