A Cemig realiza, nesta quinta-feira (26), teste com o intuito de simular a evacuação próxima da Usina Hidrelétrica de Sá Carvalho. Seguindo as diretrizes do Plano de Ação de Emergencial (PAE), a atividade contará com até 30 pessoas, entre moradores e trabalhadores locais do município de Antônio Dias, que residem ou atuem nas proximidades da unidade de geração de energia. O objetivo principal é capacitar a população em procedimentos de emergência, abrangendo o teste das rotas de fuga e a avaliação do sistema de alerta na região.
Os locais das capacitações são áreas que podem ser afetadas caso aconteça ruptura da estrutura, desde que estejam há menos de 10km de distância das barragens ou a 30 minutos de tempo para a chegada da onda de inundação. O treinamento também contará com a presença das Defesas Civis e o Corpo de Bombeiros.
O gerente de Planejamento Energético da Cemig, Ivan Carneiro, destaca que o treinamento é feito para que a população tenha conhecimento dos elementos de proteção do PAE da Usina de Sá Carvalho. Além disso, o especialista garante a integridade e segurança das barragens da empresa, que mantém rígido controle sobre todos os seus empreendimentos e instalações dentro e fora de Minas Gerais.
A Cemig possui 18 PAEs, abrangendo usinas de maior e menor porte, conforme determina a legislação vigente.
MAPEAMENTO DE RISCOS
Além das situações de emergência das barragens, os PAEs da Cemig trazem também mapeamentos de riscos para eventos hidrológicos extremos (cheias naturais) que possam gerar alagamentos nas comunidades a jusante (abaixo) das barragens. A inserção desses cenários, que têm uma maior recorrência para os municípios, torna esse documento uma ferramenta valiosa para auxiliar o poder público em seu dever de garantir a segurança da população, facilitando sua preparação para esse tipo de emergência.
A UHE Sá Carvalho foi inaugurada em 1951 e possui capacidade instalada de 78MW. Ela está localizada na cidade de Antônio Dias, no Colar Metropolitano do Vale do Aço, e possui dois barramentos considerados a fio d’água (Antônio Dias e Severo) interligados por túneis. A barragem Antônio Dias está instalada no Rio Piracicaba, enquanto a de Severo encontra-se no Ribeirão Severo.
O reservatório de Antônio Dias possui 1,725 hm³ de volume e uma área inundada de 0,83 km². Já o de Severo possui 1,78 hm³ de volume e uma área inundada de 0,83 km².
APLICATIVO
Desde 2019, a Cemig disponibiliza à população e à defesa civil o aplicativo Prox, uma ferramenta de gestão de risco que também visa estreitar o relacionamento com a comunidade com informações acerca da variação dos níveis e vazões dos rios e reservatórios das Usinas Hidrelétricas (UHEs) e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) da área de concessão da companhia.
Com o Prox, qualquer pessoa tem acesso às principais informações operativas de qualquer um dos reservatórios da Cemig, além de estar integrada ao sistema de gestão de risco dessas barragens. Na ferramenta é possível verificar o nível do reservatório, a quantidade de água que está chegando à usina e também a quantidade que está saindo.
O aplicativo também tem um perfil específico para a Defesa Civil que permite um contato permanente com os coordenadores desses órgãos de resposta dos municípios. Eles são avisados previamente, via “mensagens e alertas”, sobre todas as informações inerentes ao status da operação do reservatório/barragem. Também por plataforma web, os órgãos de proteção e defesa civil têm acesso à visualização dos mapas de inundação para cenários de cheias e rupturas hipotéticas, além da possibilidade de definição de rotas de fuga e cadastramento da população potencialmente impactada, além do envio de alertas prévios para celulares cadastrados nas áreas selecionadas.
ENTENDA O QUE É PAE
O PAE é um documento que resume as ações da empresa em uma série de potenciais situações de risco com as barragens de suas usinas hidrelétricas. Esse plano é elaborado por profissionais de diversas áreas e contém estudos técnicos, orientações para os órgãos de resposta, contatos de responsáveis, medidas do empreendedor em cenários de emergência e mapeamento de áreas impactadas em caso de desastres com a estrutura da barragem.
“O foco principal do documento são as ações da empresa na Zona de Autossalvamento (ZAS) das barragens. A ZAS é composta pela área afetada por potencial ruptura que esteja a menos de 10 quilômetros de distância dos barramentos ou a 30 minutos de tempo para a chegada da onda de inundação de um cenário de emergência hipotético”, explica Ivan Carneiro.